"Trocava camisolas com Drogba, Henry... Depois ofereci-as aos meus amigos"
Lisandro López chegou à Europa em 2005 e passou a defrontar, na Liga dos Campeões ao serviço do FC Porto, craques como Drogba ou Shevchenko, que só podia ver na televisão. Da prova milionária salienta o golo contra o Schalke 04. Leia a entrevista do avançado a O JOGO.
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É verdade que ofereceu todas as camisolas que trocou nessa época?
-Sim, não tenho nenhuma camisola. Ofereci-as todas a amigos. Nos primeiros anos no FC Porto disputávamos sempre a Champions e trocava a camisola com jogadores que antes só via pela televisão, como Drogba, Henry, Shevchenko... Era jovem. Mas depois fui retirando importância às camisolas e comecei a vê-las como uma decoração. Chegou a uma altura em que já não via sentido tê-las e fui oferecendo aos meus amigos.
"Para quê guardar camisolas se os meus amigos adorariam tê-las? Eu guardo tudo na minha cabeça, na memória, no coração"
Não quis ficar com nenhuma?
-Não. Não guardo nada. Nem camisolas, nem medalhas, nem fotografias... Nada. Para que é que ia guardar camisolas se os meus amigos adorariam tê-las? Eu guardo tudo na minha cabeça, na memória, no coração. O importante é ter vivido e desfrutado desses momentos. Se fosses talhante, guardavas os aventais? Imagino que não.
Lembra-se de algum golo em particular dos muitos que apontou?
-Não sou bom de memória, a verdade é que me custa dizer... Por sorte marquei muitos. Vem-me à cabeça um contra o Schalke nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Estávamos prestes a ser eliminados e quando faltavam três ou quatro minutos recebi a bola fora da área, rodei, chutei e a bola a entrou no ângulo. Depois eliminaram-nos por penáltis. Quem defendia era o Neuer, que defendeu uns quantos penáltis e ficámos de fora.
"GANHAR NO RACING FOI SONHO E ALÍVIO"
Lisandro trocou o Racing pelo FC Porto e depois de várias tentativas voltou a casa em 2016.
Este título pelo Racing era o que lhe faltava?
-Sentia um desejo especial por conseguir um título com o Racing desde que tenho 20 anos, é como saldar essa dívida. Desde que fui para o FC Porto que segui de perto o Racing e tentei voltar em várias oportunidades até que se pôde concretizar. E passaram três anos e meio a tentar até que conseguimos dar a volta olímpica. Era o que desejava e sonhava.
Viveu este campeonato de forma especial, como capitão, goleador e ídolo...
-Não esperava marcar tantos golos, mas aconteceu devido ao estilo de jogo que este treinador propõe e pela forma como a equipa correspondeu.
Avançado sagrou-se campeão no clube do coração e foi às lágrimas: chorou em campo e depois no balneário
Porque chorou tanto no dia da consagração?
-Foi um alívio, uma descarga emocional. Aconteceu-me ainda em campo com o jogo a ser disputado e depois no balneário. Estive 20 minutos a chorar até que fui festejar com toda a gente.
É o título mais importante da carreira?
-Sim. Pela forma como jogou a equipa, pelo vínculo com os adeptos...