Um golo de Éder, ao minuto 109 do prolongamento, permitiu a Portugal conquistar o Europeu organizado em França
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Meio ano depois, o lance continua fresquíssimo na memória de Éder. Quando O JOGO o desafiou em Lille, a dada altura da entrevista publicada na edição de 24 de dezembro, para relatar o golo que permitiu a Portugal erguer o troféu, não hesitou. "Mas não sei se vou conseguir fazer isto bem", ainda argumentou. Estava já na parte final da produção fotográfica, com a camisola da Seleção vestida e inevitável luva branca calçada na mão esquerda. "Por acaso, está na mão esquerda, mas não penso nisso quando a calço. Também pode ser na direita", explicou.
Fechou os olhos, concentrou-se e debitou o lance sem gaguejar nos intervenientes. Não é que seja relevante para o caso, mas podemos acrescentar que lhe saiu tudo com naturalidade logo à segunda tentativa, isto porque a primeira fora um ensaio sem compromisso. Na entrevista, confessara já ter visto o lance do minuto 109 da final "para aí umas cinquenta vezes". Apertado, lá disse que, se calhar, o teria visto "mais de cem vezes..."
Foi a 10 de julho, há exatamente seis meses, no Stade de France, que Portugal celebrou a sua maior conquista a nível de seleções seniores. Na final com a França, anfitriã do torneio, após um empate a zero no tempo regulamentar, e algumas contrariedades pelo meio, como a lesão de Ronaldo, Éder, que entrara aos 79 minutos, sobressaiu como herói improvável de uma página dourada do futebol português. Seis meses depois, vale a pena rever o lance. E revê-lo com a ajuda de Éder, o protagonista, é a proposta de O JOGO.