"Se querem que seja solteiros contra casados, a meio do jogo está tudo a vomitar"
Paco Jémez, treinador do Rayo Vallecano, não poupou nas palavras.
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Com o futebol parado em praticamente toda a Europa (resiste a Bielorrússia), Paco Jémez, treinador do Rayo Vallecano, concedeu uma entrevista ao programa televisivo "Estudio Estadio", onde não poupou nas críticas e nos recados às altas entidades do futebol espanhol e europeu, nomeadamente a quem pretende retomar a normalidade com a maior brevidade possível.
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"As pessoas pensam que todos vivemos em mansões com jardins de 100 metros quadrados. Mas, se quiserem entrar no meu apartamento, eu vou ter que sair. Não há sítio para treinar aqui e, como eu, estão muitos jogadores. Esta paragem é pior do que a de verão, porque nessa altura ainda vais correr, caminhar, jogar ténis, festas com amigos... Vamos precisar de, pelo menos, três semanas de treino conjunto para podermos competir. Se querem que seja solteiros contra casados, começamos a jogar, mas a meio do jogo vai tudo parar para vomitar. Vamos ter que jogar a cada 72 horas, no calor de julho e agosto. Não é uma questão de querer, mas precisamos de tempo para pensar. É melhor esperar do que fazer tudo à pressa e cair no primeiro degrau", atirou o técnico da equipa que milita no segundo escalão do futebol espanhol. Jémez também não poupou nas críticas ao Rayo, desta feita sobre a possibilidade de o clube avançar para uma redução salarial forçada:
"Legalmente estão no direito de ir para ERTE, mas moralmente não. Um clube que apresenta um lucro de 19 milhões de euros e que, este ano, transferiu jogadores por 21 milhões, tem de ter tomates e assegurar o salário dos seus trabalhadores. Não estou a falar do Barcelona ou do Atlético, estou a falar do Rayo, os números são esses. Sei que já predisposição dos dirigentes para se chegar a um acordo, mas tenho medo que isso não seja possível", rematou o treinador.