Rúben Amorim, Ronaldo e a diferença para Portugal: "Nem podiam sair à rua..."

Sente-se uma atmosfera de esperança ou carência em Old Trafford? “É exatamente isso, esperança e carência. Acho que é o que nos dá muita força, também a mim como treinador, imaginar a nossa equipa a jogar bom futebol durante 90 minutos e a empolgar o estádio. Eles [adeptos] estão muito carentes, mas também esperançosos. Em qualquer jogada... há ali qualquer coisa que está prestes a explodir e temos de ter noção disso e trabalhar, mas é preciso tempo para a equipa praticar o futebol que eles precisam. Principalmente nas dificuldades, eu venho de Portugal, um país mais latino, e ver um clube a passar dificuldades e com este ambiente no estádio... é outra cultura e é muito difícil jogar no Manchester United, mas acho aquela sensação de peso e pressão no estádio é maior noutros países, como no Brasil... Em Portugal, se isto acontecesse, eles [jogadores] quase nem podiam sair a rua ou jogar o próximo jogo em casa, porque é muito difícil, e aqui não sinto isso. Isso é a pressão real, depois há a pressão das redes sociais, que é outro mundo e é difícil para eles controlarem, mas é não ler. Sei que é difícil, mas é tentar viver a vida real e nós somos uns felizardos por jogarmos neste clube. Sempre que há um evento neste clube, sinto sempre esse orgulho”. 

Falou com Cristiano Ronaldo desde que se mudou para o United? “Falávamos na Seleção e nunca tive uma relação muito próxima com o Cristiano, só falávamos quando ia à Seleção. Sempre que nos encontramos falamos, sabemos que é uma lenda e um exemplo do nosso clube, foi e é alguém muito importante para o nosso país, mas nada mais que isso. É um exemplo para todos os portugueses e uma lenda do nosso clube”.