Rúben Amorim: "Não vou tentar descobrir o que faltou a Ten Hag ou Mourinho"
Português considera que analisar o que correu mal com os antigos treinadores do Manchester United seria uma "perda de tempo"
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Um dia antes da sua estreia como treinador do Manchester United, em casa do Ipswich (domingo, às 16h30), na 12.ª jornada da Premier League, Rúben Amorim concedeu uma entrevista a Gary Neville, ex-capitão dos red devils e atual comentador da Sky Sports.
Desde logo, o treinador português começou por destacar as principais diferenças que encontrou no gigante inglês após deixar o Sporting.
“A primeira impressão é que isto é gigante, tem muitos departamentos. Eu venho de um clube grande num país pequeno. Aqui, é um mundo diferente. Tenho muito para fazer, não sou só um treinador, tens de ser algo mais, por isso é um pouco diferente, mas penso que estou preparado. Isto é o Manchester United, os últimos anos não importam”, apontou, destacando a grandeza do emblema inglês, que não vence o campeonato desde a retirada de Alex Ferguson, em 2013.
“Vamos ter momentos difíceis mas, no final, acredito verdadeiramente de que vamos ter sucesso. Não vou tentar descobrir as coisas certas a fazer ou tentar descobrir o que faltou com Erik ten Hag, José Mourinho ou Louis van Gaal. Seria uma perda de tempo. Eles escolheram-me porque viram algo e porque eu trabalho de forma clara”, afiançou, acrescentando: “Não sei o que faltou aos outros treinadores aqui, mas vou tentar fazer da minha forma e tentar descobrir o que está a faltar na minha forma de ver futebol”.
Nesse sentido, Amorim não hesitou em identificar quais os primeiros problemas que irá tentar resolver na equipa dos red devils, que ocupa a 13.ª posição da Premier League ao fim de 11 jornadas, com 15 pontos, estando a quatro dos lugares de acesso à Liga dos Campeões.
“Primeiro que tudo, penso que temos de ser melhores atletas. Isso é algo de que te apercebes quando estás cá e vês os dados. Quando digo isso, não é para eles serem mais magros, é em termos estatísticos. Tens de entender os dados para pressionares alto e saberes quais são os metros, em média, que tens de correr e sprintar. Podes correr muito, mas se não entenderes o jogo, isso não importa. Mas o primeiro ponto é pressionar alto, tens de estar muito apto e de lidar com as exigências disso. O problema é com a bola, penso que a perdemos demasiado rápido. Ganhamos a bola e perdemo-la e não podemos pressionar alto a toda a hora. Com bola, podemos pressionar melhor, por isso, também nos focámos nisso esta semana. Se não perdermos a bola, podemos puxar mais alto e pressionar melhor, é como se fosse um efeito de bola de neve. Está tudo conectado”, explicou.