Ronaldo e Lukaku com Pepe e Vertonghen à espreita: o que vai a jogo em Sevilha
A envolvência de Bélgica e Portugal tem pontos de contacto que se estendem aos registos no relvado. Pontapé de saída está marcado para as 20h00 lusas.
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"É bom. É um bom jogo, contra uma excelente equipa. Eles podem dizer o mesmo de nós." As palavras de João Palhinha na projeção do jogo com a Bélgica, ainda a quente depois da montanha russa diante da França, são um bom ponto de partida para o duelo deste domingo: a Seleção Nacional tem pela frente um adversário de peso com quem tem várias coisas em comum.
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Por algum motivo, um pouco por todo o mundo, se diz que este é uma das partidas mais aguardadas dos oitavos-de-final do Euro"2020. Talvez não fosse assim há uns anos, mas o calor abrasador de Sevilha vai receber o terceiro classificado do último mundial e o campeão europeu em título - duas seleções fora do círculo restrito dos candidatos de todas as edições destas provas, mas que têm dado sucessivos passos em frente na afirmação mundial. Portugal já materializou as promessas em 2016, enquanto a Bélgica aproveita uma das últimas oportunidades da sua geração de ouro - algo que os jogadores assumem com desassombro à boleia do desejo de vencer o Euro"2020.
Há que esperar pelo jogo para ver que domina melhor as emoções, mas, da envolvência para o relvado, há dados que acompanham esta ideia de um choque entre iguais...ou o mais perto possível disso. Como mostra o quadro em cima, segundo dados da UEFA, portugueses e belgas saíram da fase de grupos com estatísticas muito semelhantes e o mesmo número de golos marcados (sete).
As duas seleções cresceram em estatuto, mas uma já cumpriu a promessa. Golos sofridos são a maior diferença, tal como a exigência dos adversários. Pontaria de Ronaldo e Lukaku mete respeito
Naturalmente, salta à vista a diferença nos sofridos (1-6) mas também há que opor os adversários que cada um enfrentou: Portugal já "levou" com Alemanha e França, além de uma Hungria que deu muito que fazer a todos, enquanto a Bélgica superiorizou-se a Rússia, Dinamarca e Finlândia. Mas também por aqui a comparação dos diversos aspetos ofensivos, defensivos e de distribuição ganha relevo. A equipa de Fernando Santos teve desafios mais exigentes, mas equipara-se ao conjunto de Roberto Martínez em praticamente tudo.
Causará a estranheza a escassa eficácia dos belgas no cruzamento (4%, de longe a pior equipa do torneio), até porque habilidade técnica não lhes falta, mas Lukaku arranjou maneira de causar estragos. Um poço de força que, curiosamente, não fez remates contra a Dinamarca mas travou 27 dos seus 55 duelos ofensivos nessa partida, de acordo com os dados do portal "Wyscout". Se o avançado do Inter tem-se dado melhor no drible em comparação com Cristiano Ronaldo, o capitão da Seleção Nacional perde menos vezes a bola. Certo é que, quando um ou outro rematou à baliza, foi quase sempre golo. Fica à atenção de Pepe e Jan Vertonghen, adversários na Liga NOS e maiores recuperadores de bola das respetivas seleções: 18 para o portista e 19 para o benfiquista. Só mesmo a partida deste domingo para os separar de vez...