Robinho defende inocência e alega racismo: "Se fosse um italiano branco..."
Antigo extremo brasileiro foi condenado em Itália a nove anos de prisão pela violação em grupo de uma mulher, em 2013, e a justiça brasileira vai julgar o caso no dia 20 de março para determinar se cumpre a pena no seu país
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A dois dias de ser julgado para saber se irá cumprir no Brasil a sentença de nove anos de prisão que recebeu em Itália, em 2020, pela violação em grupo de uma mulher, em 2013, Robinho voltou a defender a sua inocência no caso, alegando racismo por parte da justiça italiana.
“Os mesmos que não fazem nada sobre este tipo de ato [racismo] são os mesmos que me condenaram. De certeza que se o meu julgamento fosse para um italiano branco seria diferente, sem dúvidas. Com a quantidade de provas que eu tenho, não seria condenado”, garantiu, em entrevista à RecordTV.
Apesar de confirmar que trocou afetos amorosos naquela noite com a alegada vítima, que estaria alcoolizada, o antigo extremo brasileiro, condenado juntamente com outras cinco pessoas, frisou que foi uma situação completamente consensual.
“Tivemos uma relação superficial e rápida. Trocámos beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou-me ou disse-me para parar. Havia outras pessoas no local e, quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, fui para casa. Nunca neguei, foi consensual. Podia ter negado, porque não têm o meu ADN, mas não sou mentiroso”, explicou.
Quanto à apreciação que o seu caso terá no Brasil, Robinho, atualmente com 40 anos, pediu para que a justiça do seu país analise provas que foram, segundo o jogador, descartadas em Itália.
“Espero que aqui, no Brasil, possa ter a voz que não tive lá fora. Tu queres mostrar as tuas provas e não entendi porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles não o foram. Que todos aqueles que me julgam possam ver as minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e depois tornei-me noutra”, referiu.
De resto, o antigo internacional canarinho, que passou por clubes como o Santos, Real Madrid, Manchester City e Milan na carreira, reagiu à revelação de áudios antigos nos quais ri-se da possibilidade de ser julgado por violação, explicando que foram descontextualizados.
“Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto, eu estava a conversar com pessoas que não são confiáveis. Muita gente aproxima-se dos jogadores de futebol para arrancar dinheiro e eles começaram com uma história de gravidez. A minha risada foi de indignação, de que não me ia deixar extorquir. Sei que não cometi um crime e não foi a gozar com a vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Os áudios foram tirados fora de contexto, com pessoas que estavam a perseguir-me. Eu digo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é este”, concluiu.
O Superior Tribunal de Justiça vai julgar o caso de Robinho no dia 20 de março e há três desfechos possíveis: aceitar o pedido da Itália, rejeitar o pedido ou iniciar um novo julgamento no Brasil.