Roberto Martínez responde ao "futebol espetáculo": "Se virmos os últimos 28 jogos..."
Declarações de Roberto Martínez, selecionador nacional, após ter revelado a convocatória de Portugal para a final four da Liga das Nações, que será disputada entre 4 e 8 de junho. Primeiro jogo, das meias-finais, será contra a Alemanha
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Final da Taça de Portugal ser um dérbi que se prevê intenso preocupa-o, por causa de eventuais lesões? Nuno Mendes, Vitinha, João Neves e Gonçalo Ramos vão jogar a final da Liga dos Campeões poucos dias antes do jogo com a Alemanha: “Em primeiro lugar é importante trabalhar individualmente com os jogadores. Há deles que terão 14 dias sem jogos, outros terão essas finais, então há um grupo diferente, temos de trabalhar individualmente. De resto, jogos importantes é o que um selecionador adora, um jogador antes e depois deles é um jogador melhor com essa experiência essa e a Seleção é muito o aspeto psicológico. Acho que os nossos jogadores ficam nos melhores balneários do futebol europeu, com muita pressão, e uma final da Champions é o que queremos. Já tive essa experiência em outros anos e pode ser difícil animicamente quando têm um resultado negativo, mas em termos táticos não é diferente”.
O que pensa deste PSG à portuguesa? Quarteto chamado dos franceses vai ajudar a Seleção como? “Podem ajudar, mas não é algo definitório. Adorei os jogos do PSG como todos os adeptos do futebol, mas adorei pelo crescimento que os jogadores portugueses estão a fazer. João Neves é um exemplo de um bom jogador que estava preparado para a exigência do PSG e o Vitinha tem tido desempenhos de alto nível. Gonçalo Ramos depois da lesão entrou muito bem, tem a melhor média de golos da Europa e Nuno Mendes a sua consistência nos últimos dois meses fazem dele um jogador muito especial. Orgulho e continuar a acompanhar o que estão a fazer”.
Falta-lhe um clique para Portugal ter um “futebol espetáculo”? “Penso que isso e uma opinião subjetiva. Já vi muitas opiniões publicadas que nem sempre refletem a opinião pública e que nem sempre são objetivas. O que é objetivo são os resultados e se virmos os últimos 28 jogos, temos o maior número de vitórias, golos e de números de futebol espetáculo da história da nossa Seleção nas últimas décadas. São esses os dados e é isso o importante para o selecionador e a sua equipa técnica, a opinião objetiva e os dados são para estarmos orgulhosos e sinto isso dos adeptos, que percebem que o trabalho desenvolvido é positivo e agora é continuar com o objetivo do Mundial’2026”.
Sobrecarga do calendário, com curto descanso entre jogos, não é demais? “Acho que isso é uma pergunta geral e eu gostaria de responder sobre Portugal, onde isso não é problema porque os jogadores adoram chegar à Cidade do Futebol e vestir esta camisola. É um espaço saudável e onde os jogadores têm um compromisso incrível, então aqui talvez esse seja um aspeto mais individual e mais médico, mas o que os jogadores fazem quando chegam à Cidade do Futebol é um exemplo e não um problema. Noutros espaços pode ser um problema, aqui não”.
Dinâmicas do meio-campo do PSG, com Vitinha e João Neves, podem ser aproveitadas na Seleção? Não parece ver isso como possível: “O contexto de um jogador ou de dois, estamos a falar de um desporto de equipa e em que precisas de mais sete jogadores com perfis diferentes. Os adversários e as exigências dos jogos também são diferentes e no futebol de seleção o aspeto tático é diferente do futebol de clubes. Então o que acontece no clube ajuda a chegar à Seleção, mas para ganhar jogos na Seleção os clubes não ajudam. Faz parte, mas o espaço de Seleção é muito diferente do espaço do clube”.
Quais os jogadores que não foram chamados mas que podem vir na próxima convocatória? “Eu gostaria de dizer que a pré-lista tinha 42 jogadores, então todos têm qualidades e acreditamos que podem ser importantes para o futuro, mas este formato da Liga das Nações é muito interessante, com cinco estágios num ano civil, o que não acontece no futebol de seleções. Tivemos 31 jogadores até agora e todos tinham opções de entrar na Seleção, então e mais entrar no equilíbrio tático, mas não gostaria de falar de outros nomes, porque são todos aqueles que ficaram na pré-lista”.
Onde acredita que Portugal pode melhorar ao nível ofensivo? Pote e Mora foram chamados para haver mais criatividade entrelinhas? “Não, foi porque ter adversários do nível de Alemanha, França ou Espanha é uma oportunidade única e não voltará a acontecer até à fase final do Mundial, então são jogos em que é mais pelo que o adversário vai fazer do que aquilo em que temos de melhorar. É uma oportunidade para melhorar jogadores individualmente e coletivamente, um tempo de ouro em que queremos melhorar tudo, mas o nosso número de golos e vitórias e o melhor das últimas décadas, então temos de dar um contexto ao que estamos a dizer. Os que entram são para melhorar, mas dentro de um contexto, e um jogo com a Alemanha é perfeito para preparar a fase final do Mundial”.