Ricardo Carvalho e o prazo para a naturalização em Portugal: "Acho muito pouco"
Antigo internacional português afirmou que cinco anos é pouco para incorporar espírito da seleção.
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Apontado como um dos maiores defesas da história da Seleção Nacional, Ricardo Carvalho concedeu uma longa entrevista ao portal UOL, do Brasil. Entre as diversas abordagens ao ex-jogador, foi-lhe questionado acerca das naturalizações de brasileiros para defender Portugal.
Para Carvalho, o prazo de cinco anos estipulado pelo país para naturalizar estrangeiros é insuficiente para que um jogador, ou cidadão, seja completamente introduzido à cultura nacional. Quando esteve na seleção, Ricardo Carvalho recebeu dois brasileiros naturalizados. Deco, com quem jogava no FC Porto na altura, em 2003. Em 2007, foi a vez de receber Pepe.
"Eu era novo na altura, tinha mais ou menos a idade do Deco. Havia muitos jogadores mais maduros e com mais tempo de casa, como Rui Costa, Fernando Couto, Figo... portanto, houve muita especulação. Mas dentro do grupo de trabalho não houve nada, estávamos ali para trabalhar, representar o nosso país", começou por dizer.
"O Deco e o Pepe são bons exemplos de adaptação ao nosso país, por isso convenceram a FPF (Federação Portuguesa de Futebol). Sinceramente, acho que não é preciso nascer obrigatoriamente em Portugal para representar a seleção, mas acho muito pouco o prazo de cinco anos [para ter o direito a jogar na seleção]. Ainda para mais, somos um país que tem muitos jogadores talentosos na formação", acrescentou.
Ricardo Carvalho, atualmente adjunto de André Villas-Boas (sem clube desde que deixou o Marselha), foi também questionado sobre Otávio e Matheus Nunes. "As regras são para todos, e o Otávio e o Matheus Nunes encaixam-se neste segmento. Eles acreditam que estão em casa em Portugal, querem representar Portugal. Espero que, assim como aconteceu com os outros no passado, sejam bem recebidos. O mesmo serve para todos os outros que queiram jogar pelo nosso país, representar o nosso país", disse.