Os títulos de campeão europeu e de vencedor da primeira edição da Liga das Nações são apenas a parte mais visível do trabalho de Fernando Santos promoveu no combinado nacional
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"Acredito que sou um excelente profissional e que vou ganhar" - as palavras, em tom de premonição, são de Fernando Santos e foram proferidas há precisamente cinco anos, no dia em que foi apresentado como selecionador nacional.
Fernando Santos renovou o contrato com a FPF após a conquista do Euro"2016 e até 2020, o que lhe permitirá defender o título conquistado em França
Hoje, para além dos títulos de campeão europeu e vencedor da Liga das Nações, já é o selecionador com mais vitórias em jogos oficiais e aquele que apresenta menor percentagem de derrotas na história da Seleção Nacional.
Duas semanas antes da apresentação oficial do novo selecionador, Portugal tinha perdido com a Albânia no arranque para o Euro"2016, encerrando definitivamente o ciclo de Paulo Bento à frente dos destinos de uma equipa que já tinha saído ferida do Mundial do Brasil. O caderno de encargos entregue a Fernando Santos era tão simples de descrever como complicado de garantir: assegurar o apuramento para o Euro"2016 e devolver a identidade a uma Seleção que atravessava uma profunda crise de confiança.
O engenheiro começou por desmentir a opinião generalizada de que havia falta de opções para construir uma Seleção competitiva. Fê-lo garantindo que todos passavam a contar, recuperando jogadores proscritos como Ricardo Carvalho, Danny, Tiago e Quaresma e assegurando que a tão reclamada renovação seria feita "mas não de empurrão" nem "olhando para os BI" e muito menos "atirando os mais velhos para o balde do lixo".
Entretanto, ao longo dos últimos cinco anos a renovação avançou mesmo, com Fernando Santos a promover nada menos que 40 estreias. De resto, entre o primeiro onze que desenhou e o mais recente só há dois jogadores em comum: Rui Patrício e Cristiano Ronaldo.
A propósito de estreias, a do selecionador nacional também teve qualquer coisa de premonitória: uma derrota por 2-1 num particular contra a França que Portugal só voltaria a encontrar na histórica final do Europeu.
A Liga das Nações foi o último título conquistado por Fernando Santos
Fernando Santos encontrou Portugal no 12.º lugar do ranking da FIFA: dois anos depois ocupava o quinto lugar. Encontrou uma equipa deprimida e frágil e construiu um campeão europeu que se destaca como a equipa com mais jogos oficiais e menos derrotas do continente. Encontrou uma Seleção vazia de soluções e construiu outra onde as opções se multiplicam a cada convocatória. "Engenheiro" é um título que lhe assenta bem.