Restam poucas vagas no avião da Seleção Nacional e a corrida vai ser acesa
Caminho para o Mundial de 2026 começa em setembro e a Liga das Nações deixou clara a constituição do núcleo duro
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Tarefa de selecionador é ingrata, ainda mais quando tem à disposição um vasto rol de jogadores de qualidade. No caso de Portugal, não é preciso alongarmo-nos sobre esse tema, mas a verdade é que, depois do brilharete na final four da Liga das Nações, Roberto Martínez parece ter a tarefa relativamente facilitada. Não há como negar: o triunfo sobre Espanha abriu o apetite para o Campeonato do Mundo do próximo ano e, se é verdade que para lá chegar é preciso a Seleção alcançar a qualificação, também o é que os adversários (Rep. Irlanda, Hungria e Arménia) não assustam.
Por isso, a olhar um pouco à frente, O JOGO aventurou-se a projetar a convocatória para a prova que vai realizar-se em junho e julho de 2026, nos Estados Unidos, no México e no Canadá. E a conclusão é clara: já não sobram muitos lugares no avião das Quinas, porque, pelas nossas contas, há 20 jogadores que aparentam ter lugar assegurado.
Depois do Euro’2024, o selecionador chamou um total de 37 jogadores, distribuídos por cinco convocatórias. Salvo algum imprevisto físico ou uma mudança abrupta de cenário no que toca à utilização, mais de metade desse lote dificilmente não estará no Mundial. Na baliza, Diogo Costa, Rui Silva e José Sá estão seguros. Na defesa, há pelo menos quatro incontestáveis, com Nélson Semedo – ainda não definiu clube para 2025/26 –, António Silva e Renato Veiga à porta desse patamar, Tomás Araújo um degrau abaixo, pela pouca experiência acumulada na Seleção A. Cancelo, outrora indiscutível, perdeu peso nas escolhas e tem o futuro incerto. Já Nuno Tavares fez parte da última convocatória, mas foi riscado da lista para a final four.O miolo é sector praticamente fechado, podendo existir um lugar para Rodrigo Mora, continue o portista a exibir-se ao nível atual, ou para o regresso de Otávio ou Matheus Nunes, cenário menos provável. Ou, quem sabe, para a entrada de um jovem e inesperado médio (ver caixa). No ataque, também não há muitas cadeiras livres, mas os leões Trincão, Pote e Quenda têm candidatura assumida.
Com hipóteses mais reduzidas, à espreita de uma eventual lesão ou quebra de rendimento de um dos nomes habituais, surgem jogadores como Ricardo Velho, Tiago Santos, Toti Gomes, Francisco Moura e Fábio Silva, ou até Tiago Djaló, assim o central encontre regularidade fora do FC Porto. Roberto Martínez garante que a Seleção “não é um grupo fechado”, mas uma coisa é certa: o espaço não abunda, até porque, na lista final, só deverão caber 26.
Martínez atento aos mais novos
Não é raro ver Roberto Martínez, em contexto de conferência de Imprensa, elogiar talentos do futebol nacional. Aconteceu, numa primeira fase, com Quenda e Rodrigo Mora e, ao longo do último ano, os dois prodígios nascidos em 2007 acabaram mesmo por ser convocados. Mas não são os únicos jovens à espreita. O técnico espanhol também já falou sobre João Simões (Sporting), Mateus Fernandes (Southampton) e Gustavo Sá (Famalicão). Se a próxima época correr bem, o trio pode sonhar com uma vaga nos eleitos para o Mundial, tal como Eduardo Quaresma, apesar da recente polémica nos sub-21.