"Quando cheguei a Itália vivia com 20 euros por semana, quis desistir do futebol"
O internacional italiano Jorginho, agora ao serviço do Chelsea, recordou os (difíceis) primeiros tempos no país transalpino.
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Na primeira temporada ao serviço do Chelsea, Jorginho assumiu-se como uma das grandes figuras da equipa orientada por Maurizio Sarri, ganhando também lugar cativo nos convocados da seleção italiana. Mas o médio passou por um período complicado quando, com 15 anos, trocou o Brasil pelo país transalpino.
"Estava a participar num tornio no Brasil e um agente observou-me. Ele levou-me a mim e outros jogadores para a escola de futebol dele, que ficava a 200 quilómetros do local onde eu vivia. Passei dois anos lá. Quando tinha 15 anos, levou-me para Itália. Quando me mudei foi tudo muito simples, porque estava a viver um sonho, era tudo novo. Depois caí na rotina: treino, escola, casa, escola, treino. Foi tudo o que fiz durante 18 meses", começou por contar Jorginho, em declarações ao site do Chelsea, prosseguindo:
"Recebia 20 euros por semana e não podia fazer mais nada, porque não conseguia com essa quantidade de dinheiro. No primeiro ano nem sequer pude jogar, porque a minha licença ainda não tinha chegado do Brasil. Só treinava e ia à escolha, foi muito duro. (...) Depois, quando estava a jogar pelo Beretti, conheci um companheiro brasileiro, chamado Rafael, que era guarda-redes e dei-me bem com ele. Disse-lhe que recebia 20 euros por semana e ele disse-me que havia algo de errado. Começou-me a fazer perguntas e descobri que o meu agente estava a tirar-me dinheiro, sem eu saber", relatou Jorginho, antes de concluir:
"A dada altura, pensei em desistir. Fiquei completamente devastado. Estava farto, liguei para a minha mãe em lágrimas e disse que queria ir para casa e que não queria mais jogar futebol. Ela disse-me 'nem pensar! Estás muito perto, só estiveste aí alguns anos, não te deixo entrar em casa! Precisas de aguentar.' Então fiquei", finalizou o jogador do Chelsea.