Portugal inicial Mundial de sub-17: depois de fazer história é aproveitar ao máximo

Portugal sagrou-se campeão europeu de sub-17 seleção
FPF
Portugal volta a jogar um Mundial 22 anos depois. Daniel Banjaqui garante não sentir o peso dessa responsabilidade, nem a pressão do recente título europeu. Hoje começa a aventura
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Começa esta segunda-feira, frente à frágil Nova Caledónia, a aventura de Portugal no Mundial de sub-17, no Catar, competição na qual não participava desde 2003. Os anos de ausência não criam maior pressão no grupo escolhido por Bino Maçães, garante Daniel Banjaqui, nem o título europeu conquistado em junho, na Albânia. "Sentimos que já fizemos história, porque não participávamos nesta competição há muito tempo. Por isso, temos de aproveitar e dar o máximo", aponta o lateral-direito do Benfica em conversa com O JOGO.
O jogo de estreia dos jovens lusos é esta tarde (15h15) contra a Nova Caledónia. Seguem-se depois Marrocos, na quinta-feira, e Japão, no domingo. Adversários que "são completamente diferentes dos europeus". "Já jogámos contra o Japão e sabemos que têm muitas dinâmicas boas. Os outros dois jogos também são ver difíceis. Mas, se fizermos igual ao Europeu, estaremos de consciência tranquila", realça.
Durante a caminhada para o título europeu, o defesa encarnado foi decisivo ao marcar o golo da vitória por 2-1 frente à Alemanha, na última partida da fase de grupos. "Fiquei muito feliz, o empate também dava para passar, mas foi importante ajudar a equipa naquele triunfo e num jogo em que começámos a perder", recorda Daniel Banjaqui, que ainda se arrepia com o troféu conquistado na Albânia: "Será sempre um momento marcante. A cada jogo ficamos mais unidos e trabalhámos muito para ganhar esse título."
E para o jovem de 17 anos houve um jogo determinante nessa conquista. "Contra a Itália estivemos a perder duas vezes e conseguirmos agarrar-nos uns aos outros e chegar à final", conta.
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Um estatuto diferente no Benfica
Daniel sente que ganhou estatuto diferente no Benfica, depois de ter conquistado o título europeu. Prova disso, é que o lateral-direito tem sido utilizado em três equipas esta época: sub-19, sub-23 e B. Uma constante rotação que o jovem considera benéfica. "É bom para o meu desenvolvimento estar a ser utilizado numa competição como a II Liga. Há jogadores mais experientes, o que tornam os jogos mais difíceis e competitivos. E andar pelos sub-23 e sub-19 também é positivo, deixa-me mais preparado para este Mundial", realça.

Karembeu é a inspiração
Campeão mundial por "Les Bleus" nasceu na ilha que é território ultramarino francês
É contra a Nova Caledónia, "talvez o adversário mais acessível do nosso grupo", como disse ontem Bino Maçães, que Portugal se estreia no Mundial. O selecionador explicou que se trata de uma equipa "que compete a um nível mais baixo, com os seus jogadores a jogarem na ilha, embora alguns já atuem em França", casos de Kutran e Canehmez. O rival de Portugal vai para o seu terceiro Mundial. Começou em 2017 e o único ponto que conquistou foi nessa edição, curiosamente contra o Japão: 1-1.
A Nova Caledónia, situada no Sudoeste do Oceano Pacífico, é um território ultramarino francês, a 16 mil quilómetros de Paris e tem um estatuto especial; já teve três referendos para a independência, que foi sempre rejeitada nas urnas. É a terra onde nasceu Christian Karembeu, campeão do mundo com a camisola de França. Aliás, a federação local teve que pedir autorização à Federação Francesa de Futebol para aderir à FIFA. Recentemente, num jogo de preparação, frente ao Tajiquistão, o apito inicial foi adiado até ser hasteada a bandeira francesa junto às das duas seleções, algo obrigatório quando a equipa da ilha melanésia joga.
