Israelita, que agencia Lewandowski, Alaba ou Coman, está a ser escrutinado, foi relevado na semana passada, pela prática de crimes de falsificação, fraude e lavagem de dinheiro
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O agente de futebolistas Pini Zahavi apresentou uma queixa à Justiça belga por violação de sigilo da investigação feita pelo Ministério Público local sobre a atuação do empresário em relação ao Mouscron, disse o advogado do israelita, Denis Bosquet.
"Este é um princípio do nosso sistema processual penal. O objetivo é proteger a privacidade do acusado, mas também a investigação. É suscetível de prejudicar a honra da pessoa a ser processada - e presumida inocente - e de pôr em perigo a própria investigação", afirmou o causídico, citado pelo jornal francês L'Echo.
A queixa apresentada por Zahavi contra a revelação da investigação de que é alvo, tornada pública na semana passada, levará a que seja, agora, nomeado um juiz de instrução para investigar se houve ou não uma eventual quebra de confidencialidade.
O israelita, que agencia jogadores como Lewandowski, Alaba ou Coman, está acusado pela Justiça belga pela prática de crimes de falsificação, fraude e lavagem de dinheiro, por indiciação do Ministério Público local, revelou o La Dernière Heure.
As acusações feitas ao empresário, associado ao Football Leaks, têm por base uma investigação sobre o Mouscron, clube da I Liga belga, suspeito, há mais de um ano, de fornecer documentos falsos à Associação de Futebol da Bélgica para a obtenção de licença de competição, válida entre 2015 e 2018.
Há seis anos, Zahavi adquiriu o Mouscron, mas procedeu à venda do mesmo em 2016, à Latimer International Ltd, empresa sediada em Malta, que nomeou o sobrinho do empresário - Adar Zahavi - como principal acionista, para que fossem colocados jogadores por si agenciados, tendo sido apresentado uma queixa pelo Mechlen.
Face a essa reclamação do clube da Bélgica, em outubro de 2019, segundo então declarou o Ministério Público do país, foram "efetuadas buscas nos escritórios do clube de futebol Mouscron, em casas de dirigentes do clube e duas associações".
Os procuradores belgas alegaram, na altura, que Pini Zahavi, através da venda do clube a uma empresa na qual o sobrinho tinha a tomada de decisão havia "mascarado", assim, o contínuo envolvimento no emblema belga, para proveito próprio.