Central está a cem por cento e prepara-se para ser titular frente ao Gana, tornando-se no luso mais velho de sempre a jogar um Mundial.
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Pronto para jogar e fazer história. Pepe está totalmente restabelecido da lesão que o afastou dos relvados durante mês e meio e, depois de ter adquirido ritmo competitivo na segunda parte do duelo com a Nigéria, prepara-se para voltar ao onze da Seleção Nacional, no primeiro jogo a doer no Catar.
Defesa do FC Porto vai derrubar o registo histórico de Vítor Damas, que resiste desde o campeonato do Mundo de 1986, no México. Ligadura no joelho esquerdo foi medida preventiva.
O veterano central, de 39 anos, vai, salvo algum imprevisto, reatar a dupla com Rúben Dias, juntando, dessa forma, mais um capítulo histórico ao vasto currículo que tem de Quinas ao peito: quando soar o apito inicial no Estádio 974, o subcapitão passará a ser o internacional português mais velho de sempre a jogar um Mundial (já é o mais ancião a disputar um jogo oficial), com 39 anos, oito meses e 30 dias, superando o máximo anterior, propriedade do guarda-redes Vítor Damas, que defrontou Marrocos no México"1986 com 38 anos.
Para se apresentar a cem por cento no arranque da prova, Pepe e o departamento clínico da FPF adotaram uma abordagem cautelosa no início da preparação em solo catari. Nas duas primeiras sessões de treino em Al-Shahaniya, o defesa apresentou-se com uma ligadura no joelho esquerdo, onde sofreu a entorse, mas nos dois dias seguintes já surgiu sem medidas de proteção. De dentro para fora, aliás, já não é segredo que o luso-brasileiro está em pleno.
"O facto de estar aqui e de se sentir bem fisicamente é, sem dúvida, importante para ele e uma boa notícia para todos nós", disse Rúben Dias, central da Seleção, em conferência de Imprensa
"Pelo que vejo, o Pepe está bem. Como é óbvio, estou feliz por ele, porque foi uma paragem certamente dura. O facto de estar aqui e de se sentir bem fisicamente é, sem dúvida, importante para ele e para todos nós", afiançou, ontem, Rúben Dias, em conferência de Imprensa, deixando até um pedido a esse propósito: "Peço que sejamos breves, porque ele está à minha espera no ginásio."
Para o próprio Pepe, a recuperação atempada representa, também, um alívio. Este Mundial, o quarto do central, será, certamente, o seu último e não é de descartar que dê por encerrada a carreira na Seleção assim que a prova terminar. Poder fazê-lo banhado a ouro seria o cenário perfeito, a juntar ao tal recorde individual que promete perdurar - nesta altura, Cristiano Ronaldo é a única "ameaça" à vista - e que será estabelecido, curiosamente, três dias depois de se terem assinalado 15 anos sobre a estreia com a camisola de Portugal: foi a 21 de novembro de 2007, no Estádio do Dragão, num jogo de apuramento para o Euro"2008 contra a Finlândia (0-0).
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Refira-se também que Pepe vai tornar-se no terceiro jogador das Quinas a atingir a fasquia das 130 internacionalizações, depois de Cristiano Ronaldo (vai nas 191) e João Moutinho (146, mas excluído desta prova). Depois, só ficará mesmo a faltar a cereja no topo do bolo: a entrada no Mundial com o pé direito, com um triunfo sobre o Gana.
No Catar só há dois mais veteranos
Encontrar jogadores mais velhos do que Pepe nas 32 seleções que disputam o Mundial não é tarefa fácil, mas nem por isso impossível. O internacional português é "apenas" o terceiro mais veterano em prova, atrás do médio canadiano Atiba Hutchinson, também com 39 anos e do verdadeiro ancião da competição: o guarda-redes Alfredo Talavera, do México, que já dobrou as quatro décadas. De resto, o recorde de futebolista mais velho de sempre a jogar num Mundial foi estabelecido em 2018, pelo guardião egípcio Essam El-Hadary: fê-lo com 45 anos.
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