Aventura à boleia chegou ao destino, mas nem tudo foram rosas: "Apontaram-nos uma espingarda"
Quatro amigos saíram de Lisboa rumo a Doha a 6 de outubro e chegaram ao Catar na terça-feira. Agora, só falta estarem com Cristiano Ronaldo.
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Quinze países, mais de oito mil quilómetros percorridos e missão cumprida ao fim de 48 dias. Este é um resumo muito breve da odisseia de Francisco Albuquerque (25 anos), Daniel Estima (25), Bruno Carvalho (25) e Duarte Delgado (26), quatro amigos portugueses que, a 6 de outubro, saíram de Lisboa com o objetivo de chegarem a Doha, capital do Catar, a tempo de assistirem ao Portugal-Gana desta quinta-feira, no Estádio 974. O maior desafio? Fazê-lo à boleia, confiando na boa vontade de pessoas de diversas nacionalidades.
Espírito aventureiro de Daniel, Francisco, Duarte e Bruno levou-os a traçar como meta a chegada ao país anfitrião do Mundial a tempo de assistirem ao jogo de estreia de Portugal, marcado para esta quinta-feira (16h00).
"A ideia partiu de mim e do Francisco, que temos um canal de YouTube, o AndaMente, em que nos desafiamos, e quisemos juntar o Mundial às boleias, com o objetivo de chegar ao Catar e desejar boa sorte ao Ronaldo e à Seleção", contou Daniel a O JOGO, à porta do centro de treinos de Portugal, em Al-Shahaniya. O trajeto, nem sempre percorrido por todos em simultâneo, encheu as mochilas do quarteto de memórias: "Apanhámos boleia na Albânia de um ex-refugiado que nos tocou pela história de vida que contou, colocou as nossas vidas em perspetiva."
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O regresso a Portugal já será feito de avião, mas, para realmente concluir a aventura de uma vida, falta a ajuda de... CR7. "Gostávamos que a FPF nos ajudasse a conhecer o Cristiano. Temos este cartaz [com a palavra "Qatar"] desde o início da viagem, que queríamos que ele assinasse para, depois, darmos a uma ONG que trabalhe com refugiados", afirmam os amigos, passando a bola para os pés do capitão da Seleção.
"Apontaram-nos uma espingarda"
Nem só de boas memórias se faz a história desta epopeia. O momento mais tenso, contam os protagonistas, aconteceu na fronteira entre Bulgária e Turquia. "É uma zona onde existe uma crise de refugiados e nós fomos confundidos como tal. Uma noite, íamos dormir na tenda de um senhor local, no meio do mato, e surgiram três homens com uma espingarda apontada a nós. Resolveu-se quando mostrámos os passaportes." Do susto é que já ninguém os livra...
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