Declarações de Pedro Gonçalves, selecionador de Angola, após a derrota com a Nigéria (0-1), do também português José Peseiro, nos quartos de final da CAN’2023
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Análise: “O golo da Nigéria aconteceu numa fase em que nós, momentaneamente, tivemos um jogador diminuído, o que abriu uma brecha. Também estávamos quase no intervalo e não quis mexer logo, depois alterámos a nossa estrutura e procurámos ter mais uma unidade entre os médios da Nigéria, para combinarmos e libertarmos o Mabululu. De facto, aquela bola ao poste esteve perto de entrar, mas não entrou e vamos procurar outras. Não criámos muitas chances, é certo, também fruto do bloco denso da Nigéria, mas criámos mais algumas ocasiões em que poderíamos finalizar. Os jogos são disputados de tal forma que quem abre o marcador muitas vezes obriga o adversário a expor-se a jogar com um bloco mais baixo e depois, quando se tem a competência da Nigéria, fica-se mais perto de ganhar. Saiu-lhes bem e nós não concretizámos as nossas oportunidades. Há que trabalhar, ninguém esperava que chegássemos a este ponto, o país vibrou e muito com a seleção e, como disse anteriormente, Angola tem de estar sempre presente nas grandes competições e isso há de chegar”.
A equipa pareceu cansada. Demorou muito tempo a fazer substituições? “É uma realidade, jogámos contra uma seleção muito poderosa e o bloco baixo que a Nigéria criou permitiu que mantivessem a frescura. Também há a dimensão dos jogadores da Nigéria, mais robustos, com uma dimensão fisiológica maior, e depois outros fatores do torneio. Reparem que a Nigéria nunca saiu de Abidjan e nós andámos em três campos. Isto parece que não tem importância, mas tem. A regeneração com viagens também conta e quando tudo é muito equilibrado, pesa ainda mais. Mas mexemos quando entendemos que devíamos mexer, mantivemos sempre a equipa viva e agora foi um sonho, mas temos de analisar o ponto de partida e de chegada. Possivelmente chegámos aos 100 melhores do ranking, o que não acontecia há muitos anos. Coloquei a meta de estarmos nos dez melhores da prova e chegámos aos quartos, são bons indicadores para o futuro de Angola. Agora, têm de investir muito mais”.