Paul Gascoigne não vai deixar a bebida, mas "não tem arrependimentos": "Tive uma vida ótima"
Paul Gascoigne, antigo médio-ofensivo de Newcastle, Tottenham, Lázio, Rangers, Middlesbrough e Everton, entre outros, falou do vício no álcool, numa entrevita ao jornal inglês The Mirror. Gazza, de 58 anos, lança este mês o livro "Eight"
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Um vício que não vai deixar: "Jimmy Greaves parou de beber, mas ele é Jimmy Greaves. Eu não sou Jimmy Greaves e não sou George Best. Não fico bêbado porque odeio a minha mãe e o meu pai ou porque odeio o público. Não é por isso. Faço-o por fazer. Posso vir a arrepender-me. Mas não penso no ontem, não penso no amanhã. Só penso no hoje e vivo para o hoje. Eu não mudei, não consigo mudar, não saberia como mudar. Provavelmente morrerei como Gazza. Mas não tenho nada a esconder. O país inteiro sabe o que eu fiz. Eu bebia porque queria beber, arrependia-me das consequências depois. Agora, se tenho uma recaída, não fico semanas a fio como antes. Olhando para trás, devo ter magoado a minha mãe e o meu pai. Mas não se pensa nisso. A pessoa que mais se magoa sou eu mesmo."
Foi internado pelo pai, em 2010, quando consumia cocaína: "Ainda hoje sinto falta do meu pai. Ele estava a fazer o que achava melhor para mim naquela altura. Depois disso, deixei a cocaína. Talvez fosse o que eu precisava."
Quem é Paul Gascoigne? "Eu teria dificuldade em responder. Às vezes é bom ser Paul Gascoigne, mas há desvantagens. Quero apenas ser eu mesmo, não quero representar. Quero ser sensato... O problema é que fico entediado. Ninguém o conhece, às vezes nem eu sei quem ele é. Tento fazer três boas ações todos os dias. Foi o que aprendi nos Alcoólicos Anónimos. Aos domingos, em vez de ver televisão, costumo ir visitar os sem-abrigo. Posso dar-lhes uma sanduíche, dinheiro, cigarros. Eles estão nas entradas dos prédios, são tantos que a polícia os remove, e eles podem ir para Boscombe, mas depois voltam para a cidade. Então, sinto pena deles, e ajudá-los faz-me sentir bem consigo mesmo. Tenho meios para fazer isso."
Não se arrepende de nada: "Tive uma vida ótima, viajei pelo mundo, tive tudo o que o dinheiro pode comprar. Não tenho arrependimentos."
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