"Orgulho-me do que tenho feito e, na minha definição de sucesso, estou, honestamente, a ter muito sucesso"
ENTREVISTA, PARTE II - Gonçalo Paciência explica por que razão aceitou o desafio de representar um clube "perto de casa" e tem a certeza de que as coisas vão melhorar. Pessoal e coletivamente.
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Gonçalo espera reencontrar o sorriso de outrora, como sucedeu, por exemplo, em 2019/20, quando, no Eintracht de Frankfurt, fez dez golos e cinco assistências em 43 jogos. No Celta, ainda só faturou por uma vez (Espanhol) em 12 participações, mas está convencido de que o melhor está para chegar, depois de Carlos Carvalhal ter assumido a equipa.
Como estão a correr as coisas no Celta, agora com um treinador português?
-Estão a correr bem. Tem havido melhorias e a equipa sente-se melhor em campo, mais organizada e mais capaz. Passámos por uma fase de pré-temporada [paragem por causa do Campeonato do Mundo] e tenho a certeza que os resultados vão aparecer, porque o grupo está bem e confiante. É uma questão de a bola começar a entrar.
O grande objetivo passa por render mais?
-Sim. Estou aqui para ajudar e dar o meu melhor. Estou a tentar chegar a um bom nível, físico e futebolístico. Quando estiver no meu melhor, vou jogar naturalmente. Tentarei chegar rapidamente a esse nível e as coisas vão aparecer.
A proximidade com Portugal influenciou a escolha pelo Celta de Vigo?
-Sim. Quando me falaram do clube, a proximidade com a minha casa, com a minha cidade, o Porto, e estar perto de Portugal foi sempre um fator extra. Mas o que me fez vir para Espanha foi estar numa das melhores Ligas do Mundo e o projeto do Celta, que me apaixonou. Por isso é que estou aqui.
O que ambiciona num dos melhores campeonatos do Mundo?
-Tentar mostrar-me, jogar o máximo possível, tentar fazer golos e com que aqueles que gostam de mim sintam orgulho no que estou a fazer. Já o fiz na Alemanha, num dos melhores campeonatos da Europa, e em Espanha vou seguramente fazê-lo. Quando as coisas estiverem normalmente e estiver a cem por cento fisicamente, o rendimento subirá naturalmente.
"Estou orgulhoso do meu percurso"
Filho de Domingos, que fez 158 golos em 466 jogos como jogador, Gonçalo nunca escondeu que o agora treinador e comentador foi sempre a grande referência.
É também pelo seu pai que espera mostrar ao mundo que é um avançado de topo?
-Não é só pelo meu pai ter sido um grande jogador, mas também pelo que é como homem e pelo que transmitiu a toda a família. Eu, como filho - e todos os filhos deveriam fazer o mesmo -, procuro orgulhar os meus familiares e os que me são mais próximos e sofrem por nós. Claro que gostaria de fazer muito mais no futebol, mas fico orgulhoso do meu percurso.
Tem sido desafiante?
-Sim, sim, e muito enriquecedor. Vou fazendo o meu caminho à minha maneira, com todos os problemas e sucessos. Mas, sinceramente, orgulho-me do que tenho feito e, na minha definição de sucesso, estou, honestamente, a ter muito sucesso. E, por isso, é continuar a tentar dar o melhor e sempre mais.