"Campeonato? O FC Porto não desiste, luta sempre até ao fim. E vai fazer algo esta época"
ENTREVISTA, PARTE I - Avançado esteve mais de quatro anos na Alemanha e agora é treinado por Carvalhal em Vigo, mas não esquece o clube do coração, que ainda vê "fazer algo esta época". Conceição alvo de elogios.
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Gonçalo Paciência saiu do FC Porto há mais de quatro anos e meio. Depois de festejar o título em Guimarães - o primeiro de Sérgio Conceição no Dragão -, a 12 de maio de 2018, o internacional português esteve nas últimas quatro épocas na Alemanha, representando Eintracht e Schalke 04. Este verão mudou-se de Frankfurt para mais "perto de casa" e para "uma das melhores ligas da Europa". Foi em Vigo, onde tem Carlos Carvalhal como treinador e Marchesín como companheiro, que conversou com O JOGO sobre o Celta, o FC Porto, a carreira e o sonho de voltar à Seleção Nacional.
Como tem visto a época do FC Porto?
-Como adepto, estou a torcer. O Sérgio [Conceição] tem feito um bom trabalho com o que tem e a potenciar ao máximo os jogadores, o que já vem sendo habitual desde que chegou ao FC Porto. As coisas não estão como nós, adeptos, gostaríamos, mas se há coisa a que o FC Porto nos habituou nos últimos anos é que não desiste e luta sempre até ao fim. O FC Porto vai fazer algo esta época. Sou mais um a apoiar e que acredita no sucesso do clube e da equipa.
Como portista, ainda acredita no título?
-Sim, sempre.
Ainda sonha regressar ao FC Porto?
-Sou da cidade, torço pelo FC Porto desde pequenino e via com bons olhos o regresso ao clube, mas estou focado no Celta e é este clube que quero representar e ajudar.
Conversa muito sobre o FC Porto com o Marchesín, que também chegou esta época ao Celta?
-Sim. A proximidade com Portugal faz com que se fale muito do FC Porto na Galiza. O Marche esteve no FC Porto e comentamos sobre os jogos e sobre o que se passa no clube.
Que possibilidades é que o FC Porto tem na Liga dos Campeões, a começar já pela eliminatória com o Inter?
-A Champions é sempre complicada, mas é uma montra para todos. Hoje em dia, se compararmos o futebol português ao italiano, há uma diferença muito grande. Mas há sempre uma hipótese e espero que o FC Porto passe.
Olhando para trás na carreira, arrepende-se de alguma decisão?
-Não. Foi aquilo que foi. Estou a fazer uma carreira bonita. Com todos os problemas que tenho tido e com todas as adversidades, estou orgulhoso do meu caminho e não me arrependo de nada.
Apesar do êxito que já teve no estrangeiro, considera que o futebol português nunca viu o verdadeiro Gonçalo Paciência?
-Acho que não. O melhor ainda está para vir. Tenho de pensar assim. Sei que poderia e que posso dar muito mais, mas por uma razão ou outra... Sei qual é e muita gente não sabe, mas é o futebol. Muitas vezes não é preciso ter apenas qualidade, é preciso uma pontinha de sorte. Mas, repito, não me arrependo de nada. Tem sido uma carreira bonita, de muito sacrifício e resiliência. No fundo, estou orgulhoso de todas as batalhas que tenho ganho.
"Taremi é bom e Gonçalo Ramos tem nome de craque"
Gonçalo Paciência está "cem por cem focado" no clube pelo qual assinou um contrato válido até 2025, mas continua atento ao campeonato português e seguiu, como qualquer adepto o Campeonato do Mundo. Taremi tem 15 golos em 22 jogos pelo FC Porto e fez dois e uma assistência no Catar. Será o iraniano o melhor a atuar em Portugal? "É um bom avançado, como muitos outros", respondeu, sem se querer alongar. Já Gonçalo Ramos, que no Mundial fez um hat trick com a Suíça, mereceu um brincadeira. "Tem nome de craque", atirou.