Pedro Santos vive no país que tem mais casos confirmados de covid-19 e considera que o presidente dos EUA andou muito tempo a "desvalorizar a pandemia".
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Pedro Santos vive e joga nos Estados Unidos da América desde 2017, país que é por estes dias o centro da pandemia covid-19, com mais de meio milhão de casos confirmados, mais do que Espanha, Itália e França juntos! O médio ofensivo do Columbus Crew vive no Ohio, relativamente afastado do olho do furacão: Nova Iorque, estado que sozinho contabiliza mais de 172 mil infetados.
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A O JOGO, o jogador de 31 anos, deu conta do seu dia a dia e da forma como viu as autoridades dos EUA reagirem a esta crise mundial de saúde, não tendo dúvidas que houve algum desleixo na forma como se desvalorizou o novo coronavírus. "Inicialmente, as pessoas aqui estavam muito tranquilas. Parece-me que o presidente Donald Trump desvalorizou o que já estava a acontecer noutros países. Demorou a tomar medidas. A nível local agiram mais depressa que o governo federal, que só atuou quando já havia muitos infetados. Aqui, no Ohio, foi o Governador que mandou fechar lojas, estabelecimentos e escolas primeiro. Agiu mais rápido que Trump", explica-nos.
Agora, prossegue Pedro Santos, "nota-se mais a preocupação de cumprir as recomendações de isolamento e das autoridades" até porque "foram implantadas medidas mais rigorosas" à medida que a pandemia foi evoluindo e "as pessoas foram percebendo que a doença se propaga muito rapidamente".
"Achei que fazer uma longa viagem seria um risco maior do que ficar"
Quando a MLS decidiu parar o campeonato pelo menos até maio e cancelar os treinos dos clubes, que mandaram para casa os seus futebolistas com planos de treino, o antigo jogador do Braga chegou a pensar em regressar a Portugal, dado que tinha autorização para isso. Contudo, decidiu ficar em Columbus e revela porquê: "Falei com a minha mulher e achámos que uma longa viagem, tendo de apanhar dois voos e passar por aglomerados de pessoas seria correr maiores riscos do que ficar." Lamenta, ainda assim, a distância neste momento para a família que está em Portugal, mantendo-se atento às notícias no nosso país e falando regularmente com os que lhe são próximos. "Custa estar longe e existe sempre a preocupação de poder suceder alguma coisa e não podermos dar apoio. Mas sei que a minha mãe tem ficado em casa e tomado cuidados. Acredito que vai correr tudo bem. Felizmente, hoje as tecnologias ajudam-nos a manter o contacto. Falamos por Facetime, as chamadas de vídeo ajudam a matar as saudades."
Quanto às próprias rotinas que segue, Pedro Santos lembra que tem um programa de treinos passado pelo clube, através de uma aplicação, e acrescenta: "Podemos sair de casa mantendo o distanciamento social. Por isso faço algum exercício ao ar livre, corrida em especial." Com dois filhos, um de cinco anos e outro de um, o futebolista português admite que "não é fácil passar tanto tempo em casa" e que por vezes "têm de dar uns passeios", sobretudo "por causa do filho mais velho", entretendo-se ainda "a jogar Playstation".
A terminar, Pedro Santos deixa um pedido aos leitores e às pessoas em geral nesta altura: "Fiquem em casa e cumpram as recomendações das autoridades de saúde. Este vírus é facilmente transmissível, por isso procurem permanecer saudáveis."