"O que vocês têm de saber é que este mundo está pobre e tem uma cultura longe de ser boa"
Retirado há três anos e tendo apitado pela última vez num Europeu no Portugal-País de Gales de 2016, o antigo árbitro Jonas Eriksson atirou-se às escolhas da UEFA
Corpo do artigo
O sueco Jonas Eriksson, antigo árbitro internacional, recorreu às redes sociais para questionar as nomeações dos árbitros nos grandes palcos, falando num "mundo sujo, político e falso, onde a amizade, a corrupção, lealdade e nacionalidade têm o seu papel".
Num longo texto, o agora especialista de arbitragem na SVT da Suécia começou por recordar o último encontro de um Europeu que apitou, o Portugal-País de Gales, das meias-finais de 2016.
"Passaram cinco anos desde que arbitrei o meu último jogo num Europeu (...) E mesmo tendo ficado feliz e orgulhoso como me correu o jogo, houve uma enorme deceção em mim e na minha equipa. Por que razão não nos deixaram arbitrar a final?", questionou.
"As pessoas costumam perguntar-se da forma como são escolhidos os árbitros dos jogos decisivos, se é pelo que alcançaram, ou de que forma os classificam... O escolhido é aquele que comete menos erros? Quem é que faz essa escolha? A verdade é que se trata de um mundo obscuro", acrescentou, acusando que, no que toca à arbitragem, tudo "acontece à porta fechada, com agendas políticas e onde o que menos importa é o futebol".
Para Eriksson, o melhor árbitro do Euro'2020 foi o turco Cuney Cakir e não os que estão escalados para a reta final, em Wembley, o alemão Felix Brych e o holandês Danny Makkelie.
"Mesmo assim, dou os meus parabéns aos árbitros que arbitram jogos. Nada lhes pode cair em cima. O que vocês têm de saber é que este mundo está pobre e tem uma cultura longe de ser boa", escreveu também, concluindo estar "muito feliz" por ter deixado a arbitragem há três anos.