"O pai dizia que o Daniel estava na cama em que ele dorme com a mulher, mãe das filhas"
Depoimento da filha de Edison Brittes, Allana, confirma a versão da mãe.
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Allana Brittes confirmou em grande parte a versão contada pela mãe, Cristiana, quanto ao homicídio macabro de Daniel Corrêa, assassinado brutalmente por Edison Brittes na madrugada de 27 de outubro. A filha do casal, que também foi detida pela Policia Civil de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, revelou que conhecia Daniel há cerca de um ano e cinco meses e que mantinha apenas uma relação de amizade com o ex-jogador do São Paulo.
No seu depoimento, Allana afirmou que Daniel não esteve próximo da família nem dos restantes convidados na discoteca, tendo ficado mais na área VIP do que no camarote. Depois da festa, onde festejava os seus 18 anos, Allana garantiu ter saído da discoteca sem convidar ninguém para sua casa, tendo até dito a uma amiga "que não ia ter festa em casa". Segundo Allana, Lucas "Mineiro" ligou a dizer que ia passar por casa da família Brittes, tendo aparecido acompanhado por Daniel e outras amigas.
Porém, a jovem contrariou o depoimento da mãe, que garantiu ter ido dormir depois de chegar a casa. A filha de Cristiana contou que ajudou a mãe a vestir uns calções de ginásio e que as duas voltaram para a área da festa, onde continuaram a beber e a dançar. Depois, Edison terá feito um ovo para Cristiana e que foi aí que a mãe foi dormir, tendo o pai saído para comprar mais bebidas.
Pouco depois, Allana terá ouvido gritos de várias pessoas, acabando por encontrar Daniel "deitado na cama dos pais, apenas com uma camisola vestida e sem dizer nada". A jovem contou que o pai "estava a segurar Daniel pelo pescoço, como se o estivesse a enforcar", tendo-lhe pedido para "parar de o agredir". Foi aí que Edison terá mandado a filha sair do quarto, tendo Allana encontrado a mãe do lado de fora de casa. Nessa altura, Cristiana terá contado à filha que Daniel a tentou violar.
"O pai dizia que Daniel estava na cama dele, na cama que ele dorme com a mulher, mãe das filhas dele e perguntou no que é que ele estava a pensar", pode ler-se no depoimento de Allana. A jovem contou também que viu o rapaz a ser arrastado para o lado de fora da casa, acabando por ser agredido novamente pelo pai. Depois, Allana afirmou ter visto o pai a colocar o carro próximo de Daniel e a abrir a mala, mas disse não se lembrar se viu o pai a colocar o jogador lá dentro. Porém, apesar de não ter visto o pai pegar numa faca antes de sair, Allana confirmou que Edison levava no carro uma caixa de ferramentas, possivelmente utilizadas para mutilar os órgãos genitais de Daniel Corrêa.
No mesmo depoimento, a jovem contou que o pai lhe pediu que inventasse uma história, nomeadamente "que o rapaz estava na festa da sua casa, mas que havia saído pelo portão e tomado rumo incerto".