O sistema de três centrais aplicado por Galtier ajusta-se como uma luva no PSG
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No primeiro jogo oficial da nova época, o PSG demonstrou através de factos que o novo sistema tático, trazido pelo treinador Christopher Galtier, lhe assenta como uma luva.
Da defesa ao ataque, todos parecem ficar a ganhar com o novo modelo. Nuno Mendes, por exemplo, volta a poder atuar como fazia no Sporting durante a época em que se sagrou campeão nacional.
A equipa jogava na época passada num tradicional 4x3x3, sob orientações de Mauricio Pochettino, mas o futebol estava longe de ser espetacular e o PSG não conseguia convencer em pleno os adeptos, apesar da quantidade de astros que tinha no plantel, como Messi, Mbappé ou Neymar, principalmente estes.
A galáxia cresceu este ano, com estrelas não tão ofuscantes, como Vitinha, Mukiele ou Ekitike, mas a verdade é que, nos 4-0 com que o Nantes foi despachado na supertaça (no último domingo), ficou à vista que os galáticos parecem apreciar o novo fato em 3x4x1x2. O PSG praticou um futebol alegre, por vezes exuberante, com Messi em grande nível, tal como Neymar. E Vitinha também não se ficou atrás, recebendo fortes elogios, assim como Nuno Mendes.
Chritsophe Galtier juntou o útil ao agradável
"Com este sistema, Galtier junta o útil ao agradável", comenta o treinador Daúto Faquirá, convidado por O JOGO a analisar a pertinência desta transformação tática na equipa principal de um dos clubes com maior capacidade aquisitiva de matéria prima de qualidade, leia-se, dinheiro para comprar os melhores do mundo.
E Daúto começa de trás para a frente, lembrando, em relação à defesa, que este sistema permite encaixar ao mesmo tempo três centrais habitualmente titulares em seleções de topo, como são os casos de Sergio Ramos (Espanha), Marquinhos (Brasil) e Kimpembe (França). "São três centrais de seleção, que desta forma podem jogar todos ao mesmo tempo. No sistema anterior, com uma linha de quatro defesas teria que ficar sempre um de fora, o que poderia ser um foco de instabilidade em termos de gestão de grupo. Assim ficam todos satisfeitos", considera Daúto. E é preciso não esquecer que Danilo Pereira está à espreita, sempre disponível para agarrar a titularidade, como central ou mesmo no meio-campo.
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Nos corredores laterais, Hakimi e Nuno Mendes são dois dos grandes beneficiados com o sistema, uma vez que ambos têm na velocidade e no poder de finta duas das principais virtudes. "O 3x4x1x2 aproveita o que estes dois alas têm de melhor, que é a projeção ofensiva", aponta Daúto. Nuno Mendes, aliás, até já chegou a afirmar publicamente que este modelo o favorece, permitindo que se liberte como o fazia no Sporting, no ano do título nacional. Foi a jogar assim, aliás, que deu nas vistas a ponto de ser comprado por este clube que já é crónico candidato ao triunfo na Liga dos Campeões.
Messi ganha total liberdade para derivações
Outro dos principais beneficiados com o modelo é Lionel Messi, eterno candidato à Bola de Ouro, que frente ao Nantes fez uma exibição a fazer lembar os seus melhores dias. Uma atuação à qual não será alheia esta alteração tática.
"Neste sistema, o Messi não tem que fazer grandes deslocamentos, mas ao mesmo tempo tem toda a liberdade para fazer as derivações que tanto gosta e servir de bandeja os dois da frente", que foram Neymar e Sarabia na supertaça, mas que, nos próximos jogos, terão Mbappé no lugar do espanhol.
"O Messi não precisa de ir para as faixas e, por outro lado, Neymar e Mbappé também estão mais próximos da baliza, o que lhes é favorável", analisa este treinador português, passando depois para uma análise a Vitinha, o português que "mal chegou, agarrou logo a titularidade".
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No plano teórico, Vitinha faz duplo-pivô com Verratti, ajudando-o nas tarefas defensivas. "No entanto, o que se vê é um Vitinha sempre muito solto para as ações ofensivas", o que se verifica também pela qualidade dos homens que estão atrás dele. "O Ramos, o Marquinhos e o Kimpembe garantem total cobertura defensiva, da melhor qualidade que há no momento", assinala Daúto, justificando assim as subidas frequentes de Vitinha, até bem junto da área contrária, como aconteceu com o Nantes.
46 em 46: Vitinha não falhou um único passe diante do Nantes
Vitinha esteve próximo da perfeição no 4-0 ao Nantes que rendeu o primeiro título da época ao PSG. Aliás, no capítulo do passe não poderia ter estado melhor, uma vez que, dos 46 efetuados, não falhou um único, segundo a recolha efetuada pelo portal "Wyscout", especializado em estatística no futebol.
O português não teve uma única perda de bola, fez ainda um cruzamento bem direcionado (concluído com remate de um companheiro) e ainda fez um passe para remate, no caso Hakimi, que poderia ter marcado mas atirou à figura do guarda-redes do Nantes.
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