Treinador do Chelsea lembra que nos dias de hoje não há nenhum jogador no mundo que seja detetado só por um clube.
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Eleito por O JOGO o melhor treinador dos últimos 30 anos, José Mourinho, galardoado com o respetivo troféu atribuído pelo nosso jornal, na entrevista concedida em Londres, no centro de treinos do Chelsea, falou, entre outros temas que lhe foram colocados, do bate-boca com Jorge Jesus sobre Talisca, cuja descoberta o treinador do Benfica quis reclamar em exclusivo.
Perguntou-se ao treinador do Chelsea se a discussão com JJ não teria ido longe demais. A resposta foi pronta.
"Não, não acho que tenha ido longe demais. Uma pessoa pode ser [hesita] não quero dizer egocêntrica, mas convencida das suas próprias capacidades, orgulhosa, pode até gostar permanentemente de se enaltecer, mas para isso não precisa de se empoleirar em cima dos outros. Naquele caso muito específico, quando o Jorge [Jesus] se sente orgulhoso do trabalho que o Benfica fez na deteção do talento e do trabalho que realiza com o jogador no terreno, parece-me absolutamente normal. O que não me parece normal é que tenha dito - e disse-o, não me recordo se explícita ou implicitamente - que os outros não o fazem, mesmo que de forma sarcástica", insistiu Mourinho, que prolongou a resposta para reforçar a ideia vincada.
"Portanto, repito aquilo que disse. E isso não significa que queremos o jogador [Talisca] para alguma coisa, não queremos o jogador para nada. É uma coisa lógica: qual é o jogador no mundo, hoje em dia, que é detetado só por um clube? Só se estiver escondido num túmulo e alguém o descobrir num safari em África...