"Não querem dar a Bola de Ouro a Vinícius, mas não será grande injustiça"
Djalminha, antigo internacional brasileiro, comentou vários tópicos relativos à atualidade do extremo do Real Madrid, incluindo a fase desinspirada que vive na sua seleção e a polémica instalada após ter considerado que "se o racismo não mudar", Espanha não deveria organizar o Mundial'2030
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Djalminha, antigo internacional brasileiro que brilhou ao serviço do Deportivo, conquistando uma LaLiga, uma Taça do Rei e duas Supertaças de Espanha entre 1997 e 2003, falou esta quinta-feira sobre a atualidade do compatriota Vinícius Júnior.
Desde logo, o antigo médio-ofensivo, atualmente com 53 anos, incidiu no momento desinspirado que o extremo do Real Madrid vive na seleção brasileira, não tendo conseguido evitar a sua quarta derrota em oito jornadas de qualificação para o Mundial’2026, diante do Paraguai (0-1).
“O Vinícius do Real Madrid não é o mesmo do Brasil, mas o Madrid também não é o Brasil. É complicado. Temos uma equipa em que toda a gente sabe o que tem de fazer em campo e no Brasil há uma equipa desconfigurada, sem plano de jogo. Por isso, para Vinícius é mais complicado jogar no Brasil, mas isso não é desculpa para o seu rendimento não ser o mesmo do que no Madrid. O que se passa de verdade é que o rendimento de Vinícius não é bom, mas o momento geral da seleção é fatal”, apontou, em direto para o programa “El Larguero”, da rádio Cadena SER.
Nesse sentido, após ser questionado sobre se Vini Jr, depois de uma época em que ajudou o gigante “merengue” a vencer a LaLiga e a Liga dos Campeões com 24 golos e nove assistências em 39 jogos, merece vencer a sua primeira Bola de Ouro, Djalminha não hesitou na resposta.
“É uma pergunta bastante complicada. Com os que estão a competir com ele (Jude Bellingham ou Rodri), creio que tem possibilidades de ganhar. Ainda que penso que não lha vão dar, creio que não lha querem dar. Se a derem, bom, mas se não ganhar, não creio que seja uma injustiça muito grande”, opinou.
Djalminha também reagiu à polémica instalada após Vinícius, várias vezes alvo de racismo em jogos da LaLiga, ter considerado que se a situação em Espanha não melhorar nos próximos anos, “o Mundial’2030 deveria mudar de lugar”, avisando que é preciso “cuidado” quando se fala destes temas, ainda que repudie o “ódio” que algumas pessoas sentem pelo compatriota.
“Nós temos de separar o tema do racismo dos outros temas. Estou muito dececionado com o que está a acontecer com Vinícius, porque não é normal. Mais do que racismo, parece que há ódio contra ele. Mas ele não tem de falar de todo um país. Há gente assim em todo o mundo, mas generalizar é mais complicado. Há que ter um pouco de cuidado com o que dizemos sobre esse tema”, concluiu.