"Mourinho tem muito carisma. Saí a dizer 'vou dar a vida por esse homem'"

AFP
Raphael Varane
Varane terminou a carreira devido a problemas físicos e recorda a passagem pelo clube espanhol
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Raphael Varane anunciou o ponto final na carreira em setembro do ano passado, depois de uma experiência em Itália, ao serviço do Como, onde realizou apenas um jogo, prejudicado por questões físicas. Aos 32 anos, o antigo central abriu o livro numa entrevista ao jornal espanhol As, na qual recordou, por exemplo, a passagem pelo Real Madrid, iniciada em 2011/12, com Mourinho como treinador.
"Não por telefone, mas antes de assinar, viajei para Madrid e conversei pessoalmente com ele. Precisava saber se ele realmente me queria", contou sobre o primeiro contacto com o atual treinador do Benfica. "Mourinho tem muito carisma. Saí a dizer 'vou dar a vida por esse homem'", afirmou.
Alex Ferguson, então técnico do Manchester United, também piscou o olho a Varane, que despontou ao serviço do Lens. "Mais ofertas? Muitas, na verdade. Ferguson chegou a ir ver-me pessoalmente em casa. Ele tinha uma viagem para Paris e Lille fica no caminho. E ele parou. Nem acreditava. Como eu não falo inglês e ele tem um sotaque muito forte, foi difícil entendermo-nos. Mas ele impressionou-me muito, na verdade", explicou. "Quando o Real Madrid te chama, o mundo pára. Não há mais nada", respondeu sobre os motivos que o elevaram a escolher a capital espanhola para prosseguir a carreira.
Em 2021/22 rumou ao Manchester United, onde esteve durante três épocas. Foram 360 jogos pelo emblema merengue e, entre outros troféus, quatro Champions ganhas. "Se gostava de voltar? Sim, claro, porque não? Tenho um bom relacionamento com o clube, moro aqui... No futuro, veremos o que acontece. Na verdade, estou muito confortável com os meus projetos. O mundo empresarial e o do futebol são muito parecidos. E eu, na verdade, aos 23 anos, tornei-me CEO da minha própria empresa porque criei um grupo de pessoas à minha volta. Também gosto muito dessa ideia de mudar o mundo, apoiar empresas que fazem sentido para mim", declarou, lamentando a passagem pouco feliz pelo Como. "A ideia era jogar, mas lesionei a perna esquerda e foi o momento de desistir. Mas continuo a trabalhar com eles. Tento ajudar o clube a crescer. Tem um projeto fantástico, muito especial, com uma visão muito ampla e inovadora. Trabalho com a academia. Estou a conhecer o outro lado do futebol. Estou a gostar. E depois tenho outra atividade muito importante, que são as fundações", rematou.

