Declarações de José Mourinho, que concedeu esta terça-feira uma entrevista ao jornalista Fabrizio Romano
Corpo do artigo
É o único treinador a ter chegado a duas finais europeias consecutivas: “O primeiro sentimento que tenho é que parece que não aconteceu, porque as pessoas quando falam de mim normalmente focam-se mais no que aconteceu há 15, 10 anos atrás e isto acontece muito com os treinadores na Europa. Os melhores costumam treinar as equipas com mais possibilidades de chegar a finais. Eu cheguei a três finais nos últimos dois anos, uma no Manchester United e duas na Roma, e se nos focarmos nos últimos dois anos, fui o único que chegou a duas finais. Olho para isso com diversão e orgulho, porque quando fazemos isso com um clube sem história na Europa, percebemos que foi algo realmente especial. Este ano não vou estar numa final, mas na próxima época espero dizer que fui o único a chegar a três finais europeias”.
Adeptos do Chelsea cantaram o seu nome recentemente: “O melhor que o futebol tem são os adeptos, porque eles não fazem dinheiro com o futebol, às vezes gastam dinheiro da família e fazem sacrifícios pelo futebol e pelo seu clube, por isso por norma são justos. Quando não gostam de um jogador ou de um treinador por alguma razão... No meu caso, independentemente dos resultados – felizmente sempre tive a sorte de festejarem algo – acho que eles veem quando estás comprometido e eu estou sempre comprometido com o clube em que estou e com os seus adeptos. Eles sabem que dou tudo e por causa da minha personalidade, no final, sou sempre mais do que um treinador. Em alguns clubes, tens de ser o treinador, o diretor técnico, o diretor de comunicação e a imagem que defende o clube e isso é algo que as pessoas reconhecem, mas ao mesmo tempo o treinador não gosta, porque o que eu quero ser é [apenas] treinador. O cenário ideal é quando o clube tem uma estrutura que permita ser treinador. Eu fui treinador no Inter, no Real Madrid, na minha primeira passagem no Chelsea, no FC Porto... Noutros clubes não fui [só] treinador, o que é muito difícil, mas acho que a minha relação com todos os adeptos dos clubes com quem trabalhei é que eles viram que cheguei, vesti a camisola e lutei por eles”.