Em entrevista à SIC, o treinador do Manchester United falou sobre a nova etapa no comando dos "red devils" e da vitória portuguesa no Euro'2016, tecendo rasgados elogios a Fernando Santos e à atitude dos jogadores.
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Candidatura ao título inglês: "Quando disse que queria tudo foi uma força de expressão, uma tentativa de integrar pessoas descrentes. As condições de trabalho são fantásticas".
Vitória de Portugal no Europeu: "No futebol há coisas que não têm explicação. Às vezes é difícil de encontrar explicações. Por que razão é que Portugal não foi campeão europeu em 2004, porque é que aquela equipa fantástica que foi ao Bélgica/Holanda [em 2000] não foi campeã europeia, porque é que no Mundial 2006 chegámos à meia-final e não ganhámos... Há uma série de perguntas para as quais não conseguimos encontrar resposta. Eu olho para este Europeu e começo por dizer que pela primeira vez, na fase de grupos, apuravam-se três equipas. Se não fosse assim tínhamos sido eliminados. Aconteceu alguma coisa que jogou connosco. Mas, apesar dos resultados não terem sido bons na fase de grupos, vi estabilidade emocional. Olho para o grupo e vejo um treinador calmo, que resiste a pressões externas e ao cheiro a insucesso, um grupo onde os jogadores estavam juntos, um treinador que soube mudar as peças com o comboio em andamento".
Atitude dos jogadores e Éder: "Um mérito fantástico dos jogadores aceitarem essa situação. Não se sentiu um jogador a ficar desiludido e a tentar criar problemas com o grupo, acho que houve uma união muito grande no grupo, e acho que foi fundamental. A França não foi capaz de aceitar a dificuldade de ser favorita e jogar em casa. É uma pressão acrescida. A equipa portuguesa, uma vez mais, sob o ponto de vista tático estava perfeitamente clara, com os objetivos estabelecidos, e isso é mérito do treinador e dos jogadores. Com a saída do Cristiano Ronaldo, o Fernando Santos deu maior ênfase às prioridades da equipa, ao modificar o sistema. Sem contar com o lance do Gignac aos 90 e tal minutos, não me recordo sequer de ter tremido em alguma ocasião. A situação mais lógica teria sido chegar aos penáltis, mas entrou o Éder abençoado, para a vitória histórica. Portugal merecia, o povo merecia, obviamente que foram eles que ganharam, mas todos aqueles de gerações anteriores também se sentem parte desta vitória, de certeza".