Depois de jogar na II Liga ainda enquanto júnior, Miguel Campos passou pela II Distrital de Lisboa
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Miguel Campos estreou-se na equipa principal do Beira-Mar ainda júnior (17 anos), mas a derrocada financeira do histórico de Aveiro levou-o a começar “do zero”. Na passagem pela equipa B do Sacavenense, teve de trabalhar no McDonald’s para pagar contas.
Depois de jogar na II Liga e no Campeonato de Portugal (Gafanha e Oliveira do Bairro), como acabou na II Distrital de Lisboa aos 21 anos?
-No fim de 2016/17, fui fazer treinos aos Estados Unidos, numa academia chamada Next Level, onde treinavam universitários para tentarem conseguir bolsas para estudar e jogar lá. Fui para uma universidade chamada Ohio Valley e fiz uma grande temporada, que lá é mais ou menos três meses. Fomos campeões, mas ali não tinha visibilidade suficiente para chegar ao draft da MLS. Então, no fim da época (meio da época em Portugal), um amigo que estava a jogar no Sacavenense desafiou-me a ir lá treinar. Fui com a perspetiva de subir à equipa principal, que estava no Campeonato de Portugal, mas acabei por só jogar na equipa B.
Como foi jogar nessa realidade?
-É completamente diferente. A qualidade dos jogadores, especialmente individual, o tipo de jogo, muito mais direto. São campeonatos baseados mais na qualidade individual e na experiência. E claro, os jogadores têm outros empregos. Eu trabalhava no McDonald’s de Sacavém, treinava de tarde e depois entrava às 8 ou às 10 da noite e saía às 4 da manhã… Ganhava 600 euros. Do clube, nada. Cheguei a trabalhar na Zara também, mesmo a jogar no Campeonato de Portugal.
Nunca pensou #desistir?
-Não. Felizmente sempre me rodeei de pessoas que acreditam em mim. Até os treinadores da altura, sempre acreditaram - um deles foi depois para o Olhanense e acabou por me ‘levar’ para lá.