"Mais vale chegarmos 24 horas atrasados ao destino, do que 24 anos adiantados ao nosso funeral"
A propósito do acidente de Emiliano Sala, o Comandante Luís Garção lembra uma velha máxima.
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Na noite do dia 21 de janeiro, as condições meteorológicas adversas não aconselhariam a travessia do Canal da Mancha num monomotor como o Piper Malibu, utilizado pelo piloto David Ibbotson no transporte do futebolista Emiliano Sala, numa viagem entre Nantes e Cardiff. Esta a opinião de Luís Garção, piloto de aviões e investigador de acidentes com aeronaves pela USC (University of Southern California).
"Infelizmente, é frequente que os pilotos menos experientes subestimem as condições meteorológicas adversas e, por outro lado, ainda mais perante um passageiro VIP, tentarem agradar, evitando cancelar um voo", considerou, em declarações a O JOGO.
Aliás, segundo disse, entre a classe circula uma ideia que bem poderia ter sido tomada em consideração neste caso: "Os pilotos mais experientes repetem frequentemente a máxima, de que mais vale chegarmos 24 horas atrasados ao destino, do que 24 anos adiantados ao nosso funeral. Por outro lado, acontece também com alguma frequência que as previsões, apesar de hoje em dia serem muito fiáveis, serem melhores do que a realidade que depois se vem a verificar."