Adolfo Rios, o homem que passou a baliza do América a Memo Ochoa, agora no Aves SAD, que já partilhou ao JOGO essa história, puxa a fita sobre os anos no Pumas, em que teve como concorrente o lendário guardião azteca dos Mundiais 1994 e 1998
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Adolfo Rios, lendário guarda-redes mexicano, presente em duas Copas Américas, foi quem deu a licença de Memo Ochoa, agora no Aves SAD de o suceder, mas muito antes, quando se iniciou no Pumas, viu de perto a concorrência do mítico Jorge Campos, o homem que adocicou as nossas memórias da baliza azteca nos Mundiais de 1994 e 1998, fiel a um estilo desconcertante, altamente colorido, com legado goleador, e com uma agilidade brutal entre os postes.
"Eu e Jorge acabamos por chegar praticamente no mesmo dia para provarmos no Pumas. Ele vinha de Acapulco, eu de Uruapan. Estivemos em testes e fomos ficando. Conseguimos ultrapassar todos os degraus, eu chego à 2.ª Divisão, ele a profissional, ficamos juntos na casa do clube. Onde também vivia Negrete, embora não o víssemos muito porque estava sempre concentrado com a seleção mexicana. Era uma grande relação, uma enorme amizade. Vivemos juntos antes de chegarmos os dois à 1.ª Divisão pelo Pumas. Eu acabo por ser titular quatro anos e Miguel Mejía Barón pediu para ele ser avançado, porque não ia ser guarda-redes enquanto eu estivesse ali. Ele passou a ser extremo, marcou os seus golos e só assumiu a baliza depois de eu deixar o clube", recorda Adolfo Rios, reconhecendo que Jorge Campos tinha um talento especial para alvejar as balizas e não apenas defendê-las.
"Sempre sonhava fazer-me um golo. Quando eu jogava pelo Veracruz, num embate com o Pumas, o Jorge tentou marcar-me um golo de penálti. Foi assinalado pelo árbitro, ele correu para a minha área, eu parei-o e perguntei-lhe, que fazes aqui! Respondeu-me que, finalmente, me ia fazer um golo. Mas atirou o penálti e eu travei-o. Esteve perto", atira Adolfo Rios, gracejando com essa nega dura ao amigo Campos. Também sobre Negrete, nome mítico do futebol mexicano por um golo assombroso à Bulgária no Mundial de 1986, gatilho também para que se transferisse para o Sporting, se pronuncia o antigo guarda-redes, de 57 anos.
"Negrete era um mundialista e tinha uma extraordinária relação com ele. Ele pedia para eu ficar na baliza depois dos treinos, para marcar livres, penáltis. A maior curiosidade vem de um jogo que o Sporting vem fazer contra a seleção do México em Queretaro. Eu fazia a minha estrela pela seleção do México nesse jogo, Negrete jogou pelo Sporting, faz-me um golo num livre na área. A vitória foi nossa por 2-1, mas os golos foram todos mexicanos!"