O passe longo é uma arma essencial na conquista de lances de perigo em zona em que o ponta-de-lança pode decidir
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Procurando jogar em profundidade dentro de um 4x1x4x1 que fez a base da equipa no apuramento, a seleção da Irlanda do Norte de O"Neill (que também já experimentou a defesa com três centrais em jogos particulares) é das que menos procuram ter a posse de bola. Sabe, naturalmente, que não tem essa capacidade pelo que busca mais o passe longo e as bolas divididas para ganhar espaços e lances de perigo na frente onde o ponta-de-lança Lafferty (então quase num desenho táctico de 4x5x1) encontra uma motivação (e inspiração) que não se nota no clube. É impressionante como a maioria destes jogadores, ditos "operários", crescem quando vestem a camisola da seleção.
Nesta equipa histórica, a organização de jogo reside muito no médio Steven Davis, pegando na equipa, a defender e nas transições, no que é auxiliado por Norwood, que pressiona mais alto, à frente duma defesa composta por jogadores de experiência na Liga inglesa, como Jonny Evans, Cathcart e Mcauley (que podem fazer os três centrais em 3x5x2). Se quiser jogar com um segundo avançado, Ward ou Magennis podem fazer companhia a Lafferty (com Evans e Dallas mais como segundos avançados).
A ESTRELA: KYLE LAFFERTY
A crescer na seleção
No Norwich ou emprestado ao Birmingham, ninguém vê Kyle Lafferty como um ponta-de-lança de top europeu, mas a verdade é que na seleção, sentindo-se importante e jogando motivado na frente da ataque, em movimentação permanente, torna-se... "outro jogador". Um avançado lutador e oportuno que, possante, vai a todas as bolas e surge muito bem em profundidade, a lutar, e a ganhar a bola nos espaços vazios (e faz golos, claro).
TREINADOR: MICHAEL O`NEILL
Pensando sem bola
Destacou-se como treinador do Shamrock Rovers e em 2012 assumiu o comando da seleção da Irlanda do Norte. Tentou dar consistência à equipa assumindo as suas limitações e que não iria ter bola na maior parte do tempo, pelo que explora mais o jogo em profundidade. Nesse estilo, resgatou o "espírito de seleção" e com o apuramento mais aberto, a equipa (e seus loucos adeptos verdes) passaram a acreditar. Uma equipa que funciona como um bloco na luta pelas bolas divididas.
PROMESSA: JONNY EVANS
Garantia defensiva
Mais que uma promessa no sentido da carreira, Jonny Evans aparece nesta secção como promessa de... garantia defensiva da seleção irlandesa. No West Bromwich, o central que cresceu com as cores do Manchester United dá experiência (28 anos) e qualidade no centro da defesa. Sabe medir bem o timing de corte e como tem rotinas de dupla com McAuley (com quem joga também no West Bromwich) é o líder da equipa no eixo da defesa.
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