O dia de sábado ficou marcado por três casos de racismo no futebol espanhol, um deles na terceira divisão e com contornos especialmente graves
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No mesmo dia em que Quique Flores e Marcos Acuna, antigo treinador do Benfica e ex-defesa do Sporting, foram alvos de racismo no jogo Getafe-Sevilha (0-1), da LaLiga, o terceiro escalão espanhol assistiu a um cenário semelhante, só que ainda mais grave.
Cheikh Sarr, guarda-redes senegalês do Rayo Majadahonda, acabou expulso contra o Sestao após confrontar agressivamente em pleno jogo um adepto que o tinha, alegadamente, insultado racialmente durante a partida.
Na sequência desse momento, toda a equipa mostrou-se solidária com o guardião, abandonando o relvado e decretando a suspensão do encontro aos 87 minutos, numa altura em que perdia por 1-2.
No final do encontro, Inaki Acha, vice-presidente do Rayo Majadahonda, salientou que o episódio deixou o guardião emocionalmente de rastos e explicou a decisão de não retomar a partida após esse momento.
“[Sarr] Está destroçado, é um rapaz e uma pessoa excelente e sabe que cometeu um erro, mas disse-me que não foram uma nem duas vezes e que depois do segundo golo passou-se. Tivemos tudo muito claro desde o primeiro momento, o rapaz estava prestes a chorar e eu respeitei a sua decisão e comuniquei ao árbitro que não regressaríamos ao campo. Se tivermos de assumir uma sanção, vamos assumi-la, mas para nós as pessoas estão acima disso. Fomos pressionados para voltar a jogar, mas a verdade é que fomos nós a suspender o jogo, não o árbitro”, esclareceu, em declarações à Radio Marca.
Refira-se que Vinícius Júnior, extremo do Real Madrid e principal cara da luta contra o racismo na LaLiga, não ficou indiferente ao episódio, reagindo com uma publicação solidária nas redes sociais.
Veja o momento em questão [créditos - X/@GradaBpro]: