Técnico italiano deixou o comando da Fiorentina em alegado desacordo com a política de mercado do clube.
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Gennaro Gattuso, treinador italiano, foi o protagonista de um dos episódios mais insólitos deste arranque de época: depois de deixar o Nápoles, foi oficializado como novo homem do leme da Fiorentina. Porém, apenas 23 dias depois, o clube anunciou a saída do técnico.
Os motivos da decisão não foram divulgados, mas a Imprensa italiana adiantou que "Rino" terá deixado o emblema de Florença em desacordo com a política de mercado traçada pela cúpula diretiva do clube. O nome do super-agente português Jorge Mendes também foi metido ao barulho e, em entrevista ao jornal La Repubblica, Gattuso clarificou a relação com o empresário.
"É um amigo. Tem vasta experiência e dá-me conselhos sobre a carreira. Respeito sempre o papel de cada um. O mercado de transferências não é comigo, mas sim com os dirigentes. Sou um treinador ambicioso que quer bons jogadores para a equipa, independentemente do agente de cada um", afiançou o antigo jogador, reiterando que não se pode alongar sobre as razões que conduziram ao "divórcio" prematuro com a Fiore.
"Não posso falar sobre isso, mas repito: Rocco Commisso [presidente da Fiorentina] é uma pessoa com a qual nunca reuni", contou Gattuso, quando questionado sobre a alegada insatisfação na Fiorentina em redor do desfecho das negociações por Sérgio Oliveira, médio do FC Porto. O clube da Serie A terá, alegadamente, recuado ao saber do valor em comissões exigido por Jorge Mendes.
Sobre o interesse do Tottenham na sua contratação - Nuno Espírito Santo acabou por ser o escolhido -, Gattuso diz não acreditar que os londrinos tenham recuado devido a alegadas afirmações passadas de cariz racista e sexista. "Custa-me a acreditar que tenha sido esse o motivo. No máximo, talvez não se esqueçam da minha imagem com Joe Jordan, em 2011", afirmou o ex-internacional italiano, aludindo à acesa troca de argumentos com o então adjunto dos "spurs", que acabou com Gattuso a levar a mão ao pescoço do técnico.
A terminar, uma ideia clara sobre as redes sociais: são "desvalorizadas e seriamente perigosas". "Eu tenho força de espírito para reagir, mas nem todas as pessoas conseguem lidar. Há aqueles que se atiram da janela porque são psicologicamente mais frágeis. Por que é que ninguém faz nada sobre isto?", questiona Gattuso.