Figo: "Treinador? O curso é uma loucura, mas gostava de ter experimentado..."
Declarações de Luís Figo, antigo internacional português, em entrevista ao jornal The Guardian.
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Como era o ambiente no balneário dos Galáticos? "[Vicente del Bosque] foi um dos melhores treinadores e pessoas que já encontrei. Lidar com 25 egos é a coisa mais difícil no mundo. Não é impondo as coisas como uma criança, ele entendeu que haviam egos, como há sempre, mas que haviam grandes profissionais que queriam competir, vencer e que respeitavam o espaço de cada um. Se toda a gente dissesse: 'Não, eu sou o melhor do mundo', só dava vontade de fugir, seria o caos. Mas nós tínhamos uma boa atmosfera".
Aos 32 anos, esteve perto de ir para o Liverpool: "Eu gostaria de ter ido. Falámos muito. Numa semana eles diziam: 'Não, espera, ainda não podemos fazer [a transferência]' e depois assinavam com um jogador. Depois diziam: 'Espera mais uns dias, precisamos de tratar de um assunto primeiro' e assinavam com outro. Eu pensei: 'Por amor de Deus, estão a gozar comigo, ou quê?' O Inter apareceu, vou para Milão, conheço Moratti [presidente do clube na altura] e tomo a decisão. Adorei o Inter, foi exatamente o que precisava".
Porque nunca abraçou a carreira de treinador? "Porque eu conheço demasiado bem os jogadores! Eu gostava de ter experimentado. Não sei se teria a capacidade, o meu desafio seria colocar as minhas ideias em prática, comunicar, chegar às pessoas. Mas eu não tenho o curso [de treinador]. O curso é como estudar medicina, seis anos. Vá lá, é uma loucura. Eu também sempre fui mais atraído pelo lado executivo, sou fascinado pela produção, em ser empreendedor. Eu não fico parado. Eu gosto de pessoas que tenham experiência, mas só se tiverem habilidade também. Sou totalmente contra quem tem apenas nome".
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