Figo recorda candidatura à FIFA: "Eu conseguia ver que estava cheia de corrupção"
Declarações de Luís Figo, antigo internacional português, em entrevista ao jornal The Guardian.
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Em 2015, candidatou-se à presidência da FIFA: "É uma longa história. A UEFA propôs-me que me tornasse num candidato. Eu conseguia ver que [a FIFA] estava cheia de corrupção, que era uma máfia. Na confederação europeia, achávamos que era precisa uma mudança, mesmo que não houve grandes probabilidade [de vencer]. Podíamos ao menos tomar uma posição. Eles atiraram-me ao fogo porque já existiam dois candidatos. Um do Comité Executivo da UEFA, [Michael] van Praag. O outro era Prince Ali [bin Hussein], que foi o primeiro a candidatar-se e tinha o apoio de Platini. A UEFA sugeriu um terceiro, eu, que disse: 'Ok'. Eu fui uma espécie de desculpa para não terem de escolher entre aqueles dois, apesar de não terem grande escolha. Eu construí a minha candidatura, vi como as coisas funcionam - dava para um documentário - e, uma semana antes das eleições, eles ligam de Zurique e convidam-me para uma reunião, para ver qual candidato continuaria [a ter o apoio da UEFA]. Toda a gente se conheceu e claro que todos queriam continuar. Depois a minha federação ligou. Eles e a UEFA queriam que eu me afastasse, ao mesmo tempo que, em teoria, eram os meus apoiantes. Eu respondo: 'Não, não vou embora. Não quero saber se ganho um, dois, três, quatro, cinco ou zero votos'. Mas sem o apoio de quem me pediu para tomar aquela posição, eu desisti. E ainda bem, talvez tenha sido o destino, porque na semana seguinte, o FBI faz uma busca no congresso da FIFA, coloca sei lá quanta gente na prisão, e cancela as eleições. Um escândalo. Eu pensei: 'Pff, bom trabalho'".
Alguma vez consideraria voltar a candidatar-se? "Eu quero continuar a trabalhar com a UEFA, mas de uma forma mais ativa, com mais responsabilidade. Se eu tiver o apoio correto, um apoio verdadeiro, e vir que consigo ajudar, fazer algo que valha a pena, penso que tenho a capacidade de ajudar o futebol. Se for interessante e eu possa ser útil, não recusarei. Mas não sei, não faço planos. Nunca programei a minha vida, é o destino. As coisas acontecem e aí é que decides".
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