Devido à crise social no Equador, Silvano Estacio não conseguiu ir à capital Quito de avião nem de autocarro para assinar a autorização para saída do país
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A história já tem semanas, mas só agora se tornou conhecida internacionalmente. Silvano Estacio, que foi futebolista tal como o seu pai, teve de fazer 12 horas de caminhos sinuosos e com mau tempo de Ambato até Quito, à Casa das Seleções do Equador, para assinar uma autorização e permitir, assim, ao seu filho Silvano Estacio Jr viajar com a sua seleção rumo ao Mundial de Sub-17 que está a decorrer no Brasil.
Silvano Estacio queria fazer o trajeto de cerca de 140 quilómetros de avião ou atocarro, mas tal não foi possível por causa da crise que se vive no país. Assim, conseguiu uma mota emprestada, mas esta avariou ao fim de 45 km e Estacio teve de fazer o resto do percurso a pé, demorando segundo os relatos 12 horas a pé para que o filho pudesse representar o país.
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"Não vi outra opção. Havia indígenas na estrada e não deixavam passar as pessoas, então saí às cinco da manhã, tive de passar terrenos de cultivos e ir pela montanha, onde não havia perigo. O meu pai teria feito o mesmo por mim mil vezes. Quis dar o mesmo exemplo ao meu filho, sobretudo porque era um sonho para ele", disse o pai aos meios do Equador.
Eustacio Jr entrou na segunda parte do primeiro jogo, contra a Austrália, e expressou a sua alegria: "Estes sete minutos foram os mais importantes da minha vida".
Apercebendo-se da situação, a federação do Equador "facilitou" a viagem de regresso.