"Estou convencido de que Cristiano Ronaldo vai continuar mais um, dois ou três anos"
Luís Castro, que recentemente deixou o comando técnico do Al Nassr, esteve na Rádio Comercial e falou sobre Cristiano Ronaldo e a passagem pelo Botafogo, antes de rumar à Arábia Saudita
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Elogios a Cristiano Ronaldo: "Cristiano Ronaldo é um jogador que não precisa de apresentação, o mundo conhece as suas preocupações. Está numa fase em que privilegia determinados aspetos em detrimento de outros ou, pelo menos, olha-os com outra atenção. A forma como recupera de jogo para jogo é algo que o preocupa, é completamente dedicado à profissão, sempre preocupado com o seu corpo. Quer fazer as coisas, mas fá-las sabendo todos os porquês e isso impressiona-me. Estou convencido de que vai continuar mais um, dois ou três anos. Não sei o que vai na cabeça dele."
Lágrimas de Cristiano Ronaldo quando perdeu com o Al Hilal, nos penáltis, na final da Taça do Rei, no final da última época: "Um jogador ao mais alto nível tem de ser um animal competitivo e ele foi-se alimentando sempre de recordes, de títulos. Quando cheguei ao Al Nassr, um dos objetivos era claramente conquistar todos os títulos e só conquistámos um. Senti, naquele momento, que era um ponto de viragem e quando falhámos o último penálti, retirou-nos o que já tínhamos na mão e foi algo impactante para ele e não conseguiu conter. Mas ele é isso. Expressa isso, é o Ronaldo no seu dia-a-dia. Basta um simples jogo de ver quem atira um pino ao chão. O parceiro dele nesses jogos costumava ser o Brozovic, são animais competitivos que se alimentam de vitórias."
Chegada ao Botafogo: "A primeira vez que ouvi o estádio todo a mandar-me 'tomar no...' [risos]. Disse logo: 'o que é isto? Não estou para isto!'. É muita emoção num estádio cheio! Depois habituei-me àquilo [risos]. Mas quem me insultava depois na rua abraçava-me. Na Ucrânia e na Arábia passa ao lado."
Saída do Botafogo para treinar o Al Nassr, em julho de 2023: "Gostaria, um dia, de treinar uma seleção, não digo a portuguesa, e sei que estava ali um passo: treinar Cristiano Ronaldo, Mané, Alex Telles... jogadores de seleção. Pensei num upgrade na minha carreira. Mas não me esqueço do último jogo pelo Botafogo, já se desconfiava: já tinham tirado a minha foto... A minha decisão foi fundamentalmente por prestígio da minha carreira, financeiramente já estava bem no Brasil. Mas é difícil tomar uma decisão.... Não me arrependi porque era um objetivo que eu tinha."