PERFIL - Foi detido e posteriormente libertado no âmbito de uma operação contra uma rede de tráfico de drogas.
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Antes de nomes como James Rodriguez, Fredy Guarín, Falcao ou Jackson Martínez terem colocado um selo de qualidade nas importações de futebolistas colombianos para o futebol português, houve Edwin Congo.
O avançado, que voltou agora à ribalta pelos piores motivos - foi detido e posteriormente libertado no âmbito de uma operação contra uma rede de tráfico de drogas - começou por dar nas vistas no Once Caldas.
Com cerca de 1,85 metros de altura, uma largura de ombros invulgar e um tronco maciço, tinha as armas necessárias para lutar com os centrais adversários, acrescentando ao arsenal um remate forte e um jogo de cabeça razoável. Em 60 jogos no campeonato colombiano marcou 25 golos e acabou por ser convocado para a Copa América de 1999 onde marcou por uma única vez, na vitória por 3-0 frente à Argentina. Os colombianos acabariam eliminados nos quartos-de-final frente ao Chile, mas o Real Madrid já tinha fixado a mira em Congo, contratado por cinco milhões de euros aos 23 anos.
O avançado ficaria ligado aos merengues até 2002, mas nunca se afirmou em Madrid, acabando por cair na trituradora dos empréstimos. O Valladolid foi o primeiro clube a recebê-lo, mas realizou apenas oito jogos, marcando um golo solitário. Era um avançado duro e físico, mas pouco evoluído em termos táticos. E foi esse avançado que chegou ao Vitória de Guimarães no verão de 2000 com a pompa e circunstância que Pimenta Machado costumava acrescentar a cada apresentação ampliada pelo pedigree de "jogador do Real Madrid". O avançado correspondeu com uma apresentação plena de confiança. "O Vitória não é uma equipa com as ilusões iguais ou similares às do Real Madrid, mas é uma equipa que joga bem e tem muitos bons jogadores. Neste clube podem-se fazer coisas grandes. Quero trabalhar e jogar bem, suando a camisola. Quero ajudar o Vitória a ser campeão." Não conseguiu. Na verdade, o Vitória acabaria a lutar pela permanência, já depois de ter trocado Paulo Autuori por Álvaro Magalhães no comando técnico.
E é Álvaro Magalhães quem recorda o colombiano a O JOGO como "um bom jogador, um bom rapaz, possante e que só pensava em jogar futebol". Congo fez um total de 12 jogos, marcou 5 golos, mas perdeu espaço com a troca de treinadores e acabou devolvido à procedência em janeiro. Seria cedido ao Toulouse em 2001, novamente sem grandes resultados, e ficaria no plantel do Real em 2002 sem somar qualquer minuto. No ano seguinte, livre do vínculo com os merengues, assinou pelo Levante, onde atravessou o período mais consistente da carreira: quatro épocas consecutivas, mais de 100 jogos e 22 golos marcados que ajudaram o clube valenciano a subir de divisão duas vezes. Acabaria por se retirar aos 33 anos sem nunca ter conseguido confirmar o potencial que lhe adivinhavam ao serviço do Once Caldas. Congo trabalhava atualmente como colaborador no programa desportivo El Chiringuito de Jugones e ainda participou em alguns jogos do Real Madrid de veteranos, tendo jogado algumas vezes o Corazón Classic Match, o jogo de beneficência organizado pelos merengues. Sobre o caso em que se viu envolvido, garante ser inocente e, em Espanha, não falta quem torça por ele. Afinal, ninguém quer ver um avançado ser lembrado por um autogolo.