Os regressos, as ausências e Mourinho: recorde tudo o que disse Roberto Martínez
O selecionador Roberto Martínez divulgou esta sexta-feira os convocados de Portugal para as receções a Irlanda e Hungria, da terceira e quarta jornadas, respetivamente, do Grupo F da fase de qualificação para o Mundial'2026
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Voltar a jogar em Portugal, agora sem Diogo Jota
"É importante. No estágio de setembro, e eu acredito muito em sinais, o primeiro golo foi marcado ao minuto 21 e na Hungria sofremos um golo ao minuto 21. Ele está connosco, está presente. O sonho dele era ganhar o Mundial e temos a responsabilidade de dar tudo pelo sonho dele, que também é o nosso."
Ainda Mourinho
"A minha responsabilidade é estar em contacto com os treinadores com jogadores em comum. De uma forma natural e muito normal."
Garante que os guarda-redes não são sempre os mesmos
"Há alternativas. Lembra-se qual foi o primeiro guarda-redes que convocámos? Rui Patrício. Não são sempre os mesmos. Temos muito bons guarda-redes. Jose Sá, Rui Silva e Diogo Costa mostraram grande qualidade na Liga das Nações e estamos num momento de continuidade. Ricardo Velho tem um bom desafio na Turquia, temos guarda-redes jovens. É difícil tirar os que cá estão, mas a porta está aberta. Estivemos em contacto, de uma forma natural e muito normal".
Lelo, Alberto Costa e até Dinis Pinto. Jogadores com muitas assistências que não foram chamados
"Hipotecar é uma palavra muito forte. Pelo contrário. Se olharem para a primeira convocatória, em março de 2023, e a de agora, há muitos jogadores. É um processo profissional. Estamos à frente. Já acompanhámos os jogadores. A responsabilidade é criar uma equipa competitiva e valorizar o nosso talento. Não mostramos problemas no relvado. É difícil entrar, porque os jogadores que estão merecem cá estar."
Lelo tem estado em foco no Braga
"Gostámos muito do Lelo, faz parte do grupo de jogadores que estamos a acompanhar. O importante é trabalhar com o grupo no balneário e acompanhá-los também fora. Ontem vimos o Ricardo Horta, o Lelo, são jogadores que estão perto da Seleção. Temos uma quantidade enorme de jogadores importantes em Portugal."
Mourinho disse que esperava regressar a Portugal pela porta da Seleção. Vai cumprir o contrato até ao fim ou toma a decisão depois do Mundial?
"O meu contrato é até 2026. Para mim não é uma questão. Acho que o míster Mourinho é uma mais-valia para o futebol portugês. Em duas épocas nunca falei de situações internas dos clubes portugueses, não vou falar agora. Posso falar de Mourinho, já nos defrontámos várias vezes. Agora estamos do mesmo lado da barricada. Estamos a trabalhar para o desenvolvimento do futebol português, com o mesmo objetivo. O barulho de foram é para vocês. O meu foco é o presente, na Seleção trabalhamos com o presente e o passado. Tivemos 12 vitórias consecutivas em fases de apuramento, nunca tinha sido feito. Queremos a 13.ª e 14.ª vtória. Foco é agora. Já estou no futebol há muitos anos, percebo isso, mas não é uma questão para mim e não ajuda os jogadores. O objetivo é continuar a lutar por vitórias."
Quenda e Mora de fora. Não os convocador não pode hipotecar a hipótese de poder contar com eles para o Mundial?
"Não, não. O objetivo era acrescentar ao grupo, fizemos isso. Utilizámos 32 jogadores na Liga das Nações, chamámos 36. Agora podemos continuar com o trabalho de formação, com Mateus Fernandes, Martim Fernandes, Quenda, Rodrigo Mora... Não ficam fora. Eles precisam de mostrar responsabilidade e utilizar a porta dos Sub-21 para entrar na Seleção A. João Neves, Francisco Conceição, Renato Veiga, Nuno Tavares, Pedro Neto... vieram dos Sub-21. Olhando para trás, o estágio de setembro foi um sucesso para Quenda, Mateus Fernandes, Rodrigo Mora. Responderam muito bem à responsbilidade e estão a mostrar o que podem trazer à Seleção. Mas é uma questão de número. Temos uma Seleção muito competitiva, há muita qualidade, o processo é muito claro."
Possível apuramento agora e jogos seguintes para fazer testes
"A nota deste estágio é estar focado na Irlanda e na Hungria. Não vou cometer o erro de pensar mais à frente. O importante é preparar o jogo com a Irlanda. Continuar a fazer o que fizemos em setembro. Vi um grupo muito comprometido. Foi incrível ver o espírito deste grupo. Diria que o estágio de junho e setembro são o maior exemplo dos valores da equipa. O foco está no presente. Esperamos uma Irlanda difícil e já conhecemos a Hungria, uma equipa muito equilibrada e com um aspeto competitivo muito forte. A ideia é focar nos jogos de agora. Não vou comentar o erro de olhar para a frente".
Percurso no apuramento
"São seis jogos e não há margem de erro. Começámos muito bem. É um espaço que adoro, setembro, outubro e novembro, e que temos contacto com os jogadores. Precisamos de continuidade. O foco é total para ganhar os dois jogos e dar o nosso melhor perante os nossos adeptos".
Os dois jogos em Alvalade
"O importante é jogar em Portugal e utilizar a força dos nossos adeptos. Temos a memória do apuramento para a Liga das Nações em Alvalade. Adoro jogar lá. Foi onde fiz o meu primeiro jogo, mas a decisão é da federação. Temos a oportunidade de jogar em Lisboa. Alvalade é uma casa da seleção muito importante."
Matheus Nunes convocado, Alberto Costa ausente
"O Matheus Nunes, que já trabalhou connosco, está num momento de forma muito bom. Tem uma polivalência muito grande. Temos o Nélson Semedo e o Dalot e era importante ter alguém que pudesse jogar como lateral-direito ou a médio. O Matheus estava num grupo de jogadores que acompanhamos, assim como o Alberto Costa, o André Silva, o Paulinho, o Félix Correia, o Tiago Santos. Temos muitos jogadores. Outros não tiveram um bom início de época, como o Samu ou o Fábio Silva. Contamos com todos eles. E depois, os que estão no sub-21. Rodrigo Mora, Quenda, Mateus Fernandes, que fez um estágio espetacular. Para este estágio convocámos 25 nomes".
Confira os convocados
Guarda-redes: Diogo Costa (FC Porto), José Sá (Wolverhampton Wanderers) e Rui Silva (Sporting).
Defesas: Diogo Dalot (Manchester United), Nélson Semedo (Fenerbahçe), Nuno Mendes (PSG), Rúben Dias (Manchester City), Gonçalo Inácio (Sporting), António Silva (Benfica) e Renato Veiga (Villarreal).
Médios: João Palhinha (Tottenham), Rúben Neves (Al Hilal), João Neves (PSG), Matheus Nunes (Manchester City), Vitinha (PSG), Bruno Fernandes (Manchester United), Pedro Gonçalves (Sporting) e Bernardo Silva (Manchester City).
Avançados: João Félix (Al Nassr), Francisco Trincão (Sporting), Francisco Conceição (Juventus), Pedro Neto (Chelsea), Rafael Leão (Millan) Gonçalo Ramos (PSG) e Cristiano Ronaldo (Al Nassr).
Dados a reter
Os eleitos serão anunciados às 12h30, na Cidade de Futebol, em Oeiras, numa lista em que é certa a ausência do lateral João Cancelo, devido a lesão, e praticamente garantido o regresso de Rafael Leão, que falhou as duas primeiras rondas por causa de problemas físicos.
Determinante nos triunfos lusos nas primeiras duas jornadas do Grupo F, na Arménia (5-0) e na Hungria (3-2), Cancelo voltou a lesionar-se ao serviço do Al Hilal e, além de falhar os dois jogos de outubro, também está em dúvida para os compromissos de novembro, mês em que termina a fase de qualificação para o próximo Campeonato do Mundo.
A convocatória será mais uma vez encabeçada pelo capitão Cristiano Ronaldo, ao mesmo tempo que pairam dúvidas sobre a chamada de João Neves, uma vez que o médio tem passado por alguns problemas físicos nas últimas semanas ao serviço do Paris Saint-Germain.
Portugal recebe a Irlanda em 11 de outubro e a Hungria três dias depois, em 14, em dois encontros marcados para o Estádio José Alvalade, em Lisboa.
A seleção nacional lidera o agrupamento com seis pontos, mais três do que a Arménia, enquanto húngaros e irlandeses somam apenas um, resultante do empate entre ambos.
Portugal pode garantir já o apuramento e assegurar a nona presença em Mundiais, a sétima seguida, caso vença os dois encontros e beneficie da conjugação dos restantes resultados do Grupo F.
O vencedor do grupo assegura automaticamente um lugar no torneio que se vai disputar no próximo ano nos Estados Unidos, no Canadá e no México, e que pela primeira vez vai ter 48 seleções. Já o segundo colocado terá de disputar os play-offs de apuramento.