Novo chefe do exército colombiano chegou a ser julgado pelo misterioso desaparecimento de Jaime Quintero.
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Dois tios de Juan Quintero (antigo jogador do FC Porto) protestaram publicamente nas redes sociais contra a nomeação, no dia 27 deste mês, de Eduardo Zapateiro como novo comandante do Exército Nacional da Colômbia.
Segundo os familiares do futebolista, Zapateiro poderá ter estado envolvido no desaparecimento de Jaime Quintero em 1995, quando Juan tinha apenas dois anos.
O tio do jogador (e irmão do desaparecido), Carlos, contou a um jornal colombiano que a última vez que soube do irmão foi em 1995, quando este esteve a cumprir serviço militar na IV Brigada de Medellín, que tinha Zapateiro como capitão.
Segundo uma tia de Juan, o pai deste manteve uma altercação com Zapateiro que foi interpretada como um ato de insubordinação e que terá conduzido a uma ordem do oficial para que o soldado fosse transferido para Carepa. Só que Jaime Quintero nunca chegou a aparecer em Carepa.
Na altura, os militares disseram à família que Jaime tinha mesmo sido colocado num autocarro com destino a Carepa, versão que, ontem, na sequência destes protestos, foi reforçada através de um comunicado do exército. "Salta à evidência a atuação de grupos ilegais nessa zona, o que conduziu ao desaparecimento do senhor Quintero", lê-se no comunicado, alegando implicitamente a eventualidade de um rapto ou de um atentado.
Eduardo Zapateiro chegou a ser julgado pelo caso por um tribunal de Antioquía, mas foi considerado inocente.
Quintero foi educado pela mãe e por avós e, quando era criança, chegou a ser fotografado com um cartaz em que pedia esclarecimentos sobre o desaparecimento do seu pai. Em adulto nunca se pronunciou sobre o caso, mas sempre referiu a tristeza provocada pela ausência do pai e, sobretudo, por não saber do seu paradeiro.