Investindo menos que os rivais, Corinthians bateu recordes históricos no Brasileirão e tem festa marcada
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Um triunfo no início da próxima madrugada portuguesa no Itaquerão, frente ao Fluminense, irá consagrar o Corinthians com o seu sétimo título brasileiro, a três rondas do fim. Um feito assinalável para um clube que investiu com moderação (menos de cinco milhões) e recorreu ao eterno adjunto, Fabio Carille, após recusas de outros alvos para o comando técnico. Hoje, a preocupação maior é a de renovar contrato com alguns dos elementos nucleares e capitalizar o sucesso desportivo. O lateral-esquerdo Guilherme Arana já esta de malas feitas para Sevilha.
A época do Timão superou todas as expectativas, reeditando o êxito de Tite em 2015 (com o central portista Felipe então no plantel). Ao todo, serão 34 jornadas (desde a quinta) na liderança, algo nunca visto no Brasileirão, com um sucesso construído numa inédita primeira volta invicta. O entusiasmo tem sido visível na afluência à Arena Corinthians, com uma média de assistências próxima dos 40 mil, apesar de uma quebra significativa de rendimento na segunda volta, que fez pairar o espetro da hecatombe.
Os jogadores do Corinthians esperam celebrar o sétimo título do clube com uma vitória ante o Fluminense
A equipa reequilibrou-se, apoiando o seu êxito sobretudo na segurança defensiva e no pragmatismo. Sem grandes estrelas, Fabio Carille privilegiou os resultados, deixando para segundo plano a espetacularidade. Este será, aliás, o campeão com pior média de golos (1,34 por jogo) desde que vigora o atual modelo competitivo. Por outro lado, se ganhar ao Flamengo, o Corinthians igualará o feito do Cruzeiro, vencendo todas as equipas da prova. Aos 30 anos, e após passagens pela Premier League e China, Jô assinou golos decisivos. Mas, na sua ausência, apareceu Kazim. A marca de uma equipa operária, onde sobressaíram elementos como Pablo, Balbueno e Romero, com quem o clube pretende rever o contrato e evitar dissabores. Arana vai para Sevilha por 6 Meuro.
O treinador que saiu da sombra
Antigo defesa com uma carreira feita em clubes modestos, Fabio Carille foi uma exigência de Mano Menezes para a sua equipa técnica em 2009. Ajudou a conquistar o título de 2011 e fez a transição para Tite, com quem ganhou a Libertadores em 2012 e seria campeão em 2015. Em dezembro de 2016, a demissão de Oswaldo Oliveira e negociações mal sucedidas para a sucessão foram mal que veio por bem: abriram a porta a Carrille. O seu conhecimento do plantel e as ideias sólidas sobre o modelo de jogo revelaram-se decisivas.