Chile vive um clima de caos e pronuncia-se sobre a final da Taça Libertadores
Ministra do Desporto garante que o país vai mesmo acolher a final entre Flamengo e River Plate.
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A final da Taça Libertadores, que vai opor o Flamengo de Jorge Jesus, ao River Plate, detentor do título, vai mesmo disputar-se no Chile. Esta foi a garantia dada esta quarta-feira por Cecilia Pérez, Ministra do Desporto daquele país da América do Sul. Quer isto dizer que o decisivo encontro vai jogar-se em Santiago, no dia 23 do próximo mês de novembro.
"Afirmamos nossa firme vontade e compromisso de realizar esta final. O governo deu-nos total apoio para realizar a final da Libertadores em Santiago. O Ministério do Interior estará encarregue de coordenar a segurança para que seja uma festa desportiva que faça bem ao país. Vamos trabalhar para levar adiante esse encontro desportivo tão importante. O futebol pode ser uma boa chance para unir", justificou.
"Recebi uma chamada do presidente da CONMEBOL [Confederação Sul-Americana de Futebol] e confirmei-lhe, em nome do presidente [do Chile], Sebastian Pinera, a nossa firme vontade e compromisso de acolher a final da Taça Libertadores no nosso país", disse ainda.
"Agradecemos o compromisso assumido pelo governo do Chile em garantir as condições de segurança para a final da Taça Libertadores. Esta final é a celebração do futebol com e para o povo chileno", transmitiu a CONMEBOL, através do Twitter.
O Chile, refira-se, tem sido palco de manifestações, como a de ontem, terça-feira, contra o Presidente Sebastián Pinera, num movimento de protesto sem precedentes contra as desigualdades socioeconómicas.
Cerca de 10 mil pessoas pessoas, segundo as autoridades locais, reuniram-se na emblemática Praça Itália, no centro de Santiago, após um apelo lançado nas redes sociais. "Demissão de Pinera" era a frase que estava num grande cartaz exibido pelos manifestantes.
Tal como na segunda-feira, durante as manifestações ocorreram incidentes isolados entre os manifestantes e as forças policiais, quando as pessoas em protesto tentaram avançar para o palácio presidencial, protegido por um perímetro de segurança.
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Na segunda-feira, confrontos violentos entre manifestantes e forças policiais já tinham ocorrido à margem de uma manifestação na região, poucas horas depois de o chefe de Estado ter renovando uma parte do seu Governo.
Um aumento no preço dos bilhetes de metro na capital impulsionou uma nova vertente social no país com 18 milhões de habitantes, conhecido pela sua estabilidade.
Apesar da suspensão da medida, o movimento intensificou-se, alimentado pelas desigualdades socioeconómicas.
A repressão e violações de direitos humanos por parte das forças da ordem contra os manifestantes nos dias anteriores de protestos é outra das críticas apontadas ao Governo de Sebastián Pinera.
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Os manifestantes são também motivados pela consideração de insuficiência do conjunto de medidas que Piñera propôs, para responder às exigências de subida das pensões e salários e preços mais justos para eletricidade, gás, educação universitária e serviços de saúde.
Os protestos e a sua repressão já provocaram 19 mortos, pelo menos 600 feridos e seis mil detidos.