Cancelo é "um lutador": "Vivi com os meus avós porque não podíamos pagar um apartamento"
João Cancelo, lateral português, concedeu uma entrevista às plataformas do Bayern. Falou da carreira, do ídolo e das dificuldades que viveu quando era mais jovem, sobretudo depois da morte da mãe.
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Chegada ao Bayern: "Quando surgiu a oportunidade de ingressar neste grande clube, disse sim na hora. Já tinha estado em Espanha, Itália e Inglaterra e agora queria experimentar o futebol da Alemanha também. No Bayern, tudo e todos estão focados no sucesso absoluto. Há muito trabalho aqui em todos os treinos, gosto muito dessa mentalidade. Estou feliz por estar aqui e jogar neste grande clube."
Melhor onze da FIFA: "Fui indicado pela segunda vez e este ano fui bem sucedido. É um sonho porque queremos sempre dar o melhor como atleta de elite. Busco sempre ser o melhor na minha posição e, acima de tudo, ter sucesso com a equipa. Gostaria de agradecer a todos que votaram em mim."
Referências: "O meu maior herói dentro de campo é o Ronaldinho Gaúcho. Graças à sua alegria de jogar, ao seu carisma. Para mim, ele é o mais talentoso de todos os jogadores de futebol. Nunca vi jogar Diego Maradona ou Pelé, nem Marco van Basten e Johan Cruyff. A alegria descontraída e enorme de Ronaldinho, sendo inteligente e corajoso, a magia em campo e a diversão que proporcionava aos espectadores era única. Então, Ronaldinho Gaúcho é meu herói."
Personalidade: "É difícil de explicar. Mas vou tentar. Sou muito impulsivo e sentimental e provavelmente muito fácil de perceber porque sempre digo o que sinto. Pessoas transparentes como eu nem sempre têm facilidade."
Aprender num campo de futebol: "Muito. O mais importante é manteres-te sempre fiel aos teus princípios, mesmo que haja complicações. Sou um lutador. A vida em Portugal é muito mais difícil do que na Alemanha. A minha mãe trabalhou em três sítios diferentes como empregada de limpeza. Durante os primeiros 16 anos da minha vida, vivi com a minha família na casa dos meus avós porque não conseguíamos pagar o nosso próprio apartamento. O meu pai era construtor e trabalhava durante seis meses, na Suíça, na altura, e, depois, passava um mês connosco. Ele teve de ir viver para o estrangeiro para alimentar a própria família. Felizmente, agora, é um pensionista. Eu era bom, na escola, e sempre tive o futebol."
Mãe: "Foi muito difícil quando perdi minha mãe aos 18 anos. O meu pai disse-me que tinha de aceitar mais responsabilidades pela família. Ele não tinha emprego, e o meu irmão estava na escola. Não foi um período fácil. É preciso determinação. Penso que isso contribuiu para eu ser uma pessoa mais reservada, agora, apesar de a minha natureza ser, basicamente, muito feliz. Tenho uma tatuagem da minha mãe na parte superior do braço e o nome dela, Filomena, na parte inferior. A bênção dela deu-me força e segurança. Quando estou em casa, em Portugal, a primeira coisa que faço é visitar o túmulo da minha mãe. Sinto-me bem, ali. Posso dizer-lhe tudo aquilo que sinto. Parece-me que ela ainda está connosco, apesar de não responder."
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