Em 17 jogos depois do Euro"2020, marcou mais e fez mais assistências do que nos 33 anteriores.
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O primeiro jogo de Portugal no Mundial'2022 ficou marcado por uma segunda parte de loucos, com cinco golos (vitória lusa, por 3-2), e serviu de palco para o génio à solta de Bruno Fernandes. Autor das assistências para os remates certeiros de João Félix e Rafael Leão ante o Gana, que asseguraram os três pontos, o médio do Manchester United foi decisivo, confirmando um percurso em crescendo de Quinas ao peito e de notória influência na manobra atacante da equipa, que se acentuou a partir do Euro'2020. Mas, vamos por partes.
Os números não mentem: o torneio disputado no ano passado foi um ponto de viragem para Bruno ao serviço de Portugal. Nas 50 internacionalizações A que somou desde a estreia, em 2017, o camisola 8 - herdou-a de João Moutinho - marcou 11 golos e deu outros nove a marcar, o que perfaz um total de 20 participações diretas em golo. Porém, mais de metade dessas intervenções (12) foram alcançadas já depois do último Euro, em "apenas" 17 jogos: nesse período, Fernandes anotou sete tentos e fez cinco assistências, contra os quatro golos e quatro ofertas que somou nos 33 encontros anteriores.
Mas o que terá potenciado este crescimento de Bruno Fernandes ao serviço da Seleção? Uma das razões prende-se com a maior maleabilidade tática que Fernando Santos introduziu recentemente. O médio-ofensivo ganhou permissão para deambular em zonas mais adiantadas, mesmo que, por vezes, comece a partir do lado direito, permitindo que Bernardo Silva jogue no meio, mas sem descartar as permutas posicionais entre os dois. Contra o Gana, ganhou preponderância a partir do momento em que pisou terrenos mais centrais e ajudou a resolver um cenário que já ganhava contornos bicudos, com passes decisivos que deixaram, então, Félix e Leão na cara do golo.
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Longe vão os tempos em que Bruno era acusado de não corresponder às expectativas quando representava Portugal. Galvanizado pelo papel de subcapitão (a par de Pepe), o "magnífico", como lhe chamam os adeptos "red devils", encontrou a fórmula certa para transferir toda a qualidade que lhe é reconhecida para os compromissos da Seleção. E que jeito dá ter este Bruno, ainda mais no Mundial. Fernando Santos espera, certamente, que o Gana tenha sido apenas o ponto de partida.
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