João Félix e Darwin saíram do Benfica, enfrentaram desconfiança e, agora, procuram brilhar no Mundial. O luso já leva vantagem...
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O Portugal-Uruguai de segunda-feira (19h00 no nosso país), em Lusail, será servido como prato forte do Grupo H, colocando em contenda várias estrelas do futebol mundial, algumas em fase mais adiantada da carreira (Ronaldo e Suárez são os maiores bons exemplos) e outras, mais jovens, que procuram aproveitar o palco para se afirmarem aos olhos do planeta. Desse lote fazem parte João Félix e Darwin Núñez, dois jogadores de 23 anos com caminhos paralelos que, integrando os quadros de clubes de topo do futebol europeu - Atlético de Madrid e Liverpool, respetivamente -, têm, no Catar, uma oportunidade de ouro para silenciar as críticas que, no caso de ambos, persistem.
Se o dianteiro do Atlético de Madrid representa o maior encaixe da história do clube encarnado, o uruguaio surge logo atrás. Prova no Catar é oportunidade de ouro para afugentar as críticas.
No frente a frente, o Mundial começou melhor para Félix. O avançado português foi titular e marcou o segundo golo da vitória da Seleção sobre o Gana (3-2), envolvendo-se, ainda, nos outros dois tentos. Darwin, por sua vez, também entrou no onze uruguaio, mas ficou em branco no nulo com a Coreia do Sul. Os dois têm em comum o facto de, em épocas diferentes, terem sido figuras maiores no Benfica. O português brilhou em 2018/19, a única temporada que passou a tempo inteiro na equipa principal, apontando 20 golos em 43 jogos, que convenceram o Atlético de Madrid a pagar a cláusula de rescisão fixada em 120 M€. Já o atacante charrua passou duas épocas de águia ao peito, entre 2020 e 2022, e saiu para Inglaterra no último verão, com 48 golos em 85 jogos na conta. Na contabilidade das águias, a verba da transferência (80 M€) só fica mesmo atrás da de... Félix.
Félix deixou as águias após apenas uma época na equipa principal, Darwin só "explodiu" na segunda temporada no Benfica.
Ao chegarem a novas paragens, o duo encontrou, novamente, cenários similares. Os milhões pagos motivaram desconfiança e, no caso de Darwin, o escrutínio da Imprensa britânica tem sido feroz, ainda que os tentos que já anotou (nove), vão amainando o ruído. Quanto a João Félix, a situação é mais delicada. O internacional luso cumpre a terceira época em Espanha, mas continua a não ser capaz de encontrar a regularidade desejada. Há quem culpe Simeone, há quem aponte o dedo ao jogador. Não há consenso e a saída é um cenário que, aos poucos, vai ganhando força.
As transferências de Félix e Darwin trouxeram, antes de comissões, 200 M€ aos cofres do Benfica: 120 M€ rendeu o português e uruguaio, com bónus, já chegou a 80 M€
Dois jogadores polarizadores, de qualidade inegável, que vão procurar, na segunda-feira, cimentar estatuto no maior palco possível, no momento em que os trilhos paralelos de ambos vão, por fim, cruzar-se. O jogo é de elevado grau de dificuldade e, na teoria, nenhum dos dois, mais do que prováveis titulares, terá facilidade em picar o ponto. Félix já o fez quatro vezes (25 jogos) pela Seleção, Darwin três (14 desafios). Vontade de dilatarem as contas pessoais não faltará.
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