O internacional português ao serviço do Parma reconhece que o momento é dramático, mas avisa que as soluções não podem ser só nos salários.
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Bruno Alves aceita o corte salarial, desde que se reduzam os preços dos bens essenciais. Em Itália pondera-se aplicar medidas drásticas devido ao impacto económico da pandemia da Covid-19. Os clubes preparam um plano de crise para fazer face aos prejuízos económicos, que passam por um corte de 30% dos vencimentos dos jogadores de março, abril e maio.
O internacional português, em declarações ao programa "Bola Branca" da rádio Renascença, comenta esta medida, mas dentro de certas condições.
"Essas questões da redução salarial são assuntos muito sensíveis. Se não terminar o campeonato concordo com um ajuste. Mas penso que se houver reduções salariais por não podermos jogar terão de haver regras para tudo o que está à nossa volta. Não podem reduzir os salários aos jogadores e continuarem na mesma os alimentos, as rendas, os impostos. Temos que implementar as regras no geral. Tem que haver justiça", disse, salvaguardando que não pretende com isto um tratamento de exceção para os jogadores.
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"Os jogadores de futebol fazem parte da sociedade e é assim que tem que funcionar. Se tudo se resolver e o campeonato continuar, penso que não haverá reduções. Se o campeonato não continuar e decidirem reduzir os salários, terão de reduzir tudo à nossa volta porque as contas para pagar são as mesmas. Mas a redução salarial não é o mais importante. O mais importante é preservarmos a nossa saúde", sublinha.
O drama agrava-se a cada dia em Itália, não sendo possível prever uma data para retomar da Série A, para cumprir as 12 em falta. Apesar da incerteza, Bruno Alves acredita ser possível concluir o campeonato.
"Não sei se o campeonato vai terminar, mas acredito que sim. Esperamos que esta situação da pandemia comece a diminuir para haver uma previsão de quando o campeonato vai retomar. Mas penso que o campeonato terá de chegar ao fim para se saber quem será o campeão e quem desce de divisão. Se esta situação se resolver o quanto antes, e as coisas voltarem à normalidade, o campeonato vai terminar. Se não terminar terão de declarar que a Liga termina como está neste momento. Mas não sou eu que faço as regras e tem que haver bom senso para tomar as decisões da melhor maneira", concluiu.