Borevkovic: "Chegou a altura de tentar algo diferente, desafiar-me novamente"
ENTREVISTA, PARTE II - Após seis temporadas a jogar em Portugal, central croata decidiu aceitar o convite do Samsunspor para desafiar-se num novo projeto. Borevkovic partilhou desafios na adaptação ao novo clube, bem como ao futebol turco, mais direto do que o português. Sair do Vitória foi custoso, mas considerou que era a altura certa para mudar de ares
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Borevkovic sentiu-se desejado pelo Samsunspor, que fez duas propostas até chegar a acordo com o Vitória. Estreia correu "muito bem", mas ainda há algumas coisas a afinar.
Como está a correr a adaptação na Turquia e no Samsunspor?
-Posso dizer que está a correr bem. É um país diferente, outra cultura, um futebol diferente do que estava habituado a jogar em Portugal, mas, para já, está a correr bem. Claro que vou precisar de tempo para me adaptar ao estilo de vida, estudo de treinos e ao estilo de jogo do futebol que se joga aqui. Mas, com o tempo, vai lá.
O que o levou a aceitar este projeto?
-A proposta era muito boa. Entrava no último ano de contrato com o Vitória de Guimarães e chegou essa proposta. Na época passada, ficaram em terceiro lugar, o que mostra que estão no bom caminho. Também vai disputar a Liga Conferência, por isso foi uma proposta muito boa e interessante. Como não houve conversações com o Vitória para renovar, foi uma mensagem para mim, para seguir a minha vida.
Sentir-se desejado foi importante para decidir?
-Claro, sem dúvida. Mostraram logo interesse em mim. No início, apresentaram uma proposta, mas não chegaram a acordo com o Vitória. No entanto, insistiram e, no fim, conseguiram chegar a um acordo. Isto mostrou-me também que eles me valorizam e foi também importante para mim, para chegar a um clube no qual possa ser valorizado.
Falou há pouco nas diferenças do futebol. Que diferenças são essas?
-Na Turquia, o jogo é muito mais físico e muito mais direto do que em Portugal. Em Portugal, com todos os treinadores que trabalhei, todos queriam ter bola, jogar bonito, sair a jogar com bola, desde o guarda-redes. Aqui, todos os clubes querem chegar ao golo o mais rápido possível. Não importa se vai ser com uma bola longa, direta ou jogo direto. O que é importante é chegar ao golo o mais rápido possível.
Estreou-se na terceira jornada. Como é que se sentiu?
-Senti-me muito bem. Vou precisar ainda de me adaptar, porque estou habituado a sair sempre a jogar, a tentar jogar sempre curto. Os jogadores em Portugal queriam sempre a bola no pé e menos bolas longas. Aqui, a cultura é diferente, o objetivo é diferente. Mas estou muito satisfeito com a minha estreia, não sofremos golos.
Fora do campo, o choque cultural foi grande?
-Não foi muito grande, mas é diferente de Portugal. No entanto, posso dizer que a vida parece-me muito boa. As pessoas também querem ajudar. Mas em Samsun pouca gente fala inglês, o que não ajuda. É um bocado desafiante, mas com o tempo também vou ter de aprender turco para facilitar a minha vida. A comida é muito boa, tem coisas muito parecidas à comida da Croácia. Por isso, nesse aspeto, não vou precisar de adaptação [risos].
Passou seis anos em Portugal. O que o levou a querer mudar o rumo da carreira?
-Chegou a altura de tentar algo diferente, desafiar-me novamente. No Rio Ave, conseguimos o melhor resultado do clube, quinto lugar. Depois, saí para o Vitória, no qual conseguimos a melhor pontuação da história. Chegou a altura de seguir a minha vida e desafiar-me novamente.