Todos os pormenores sobre o Boca Juniors-River Plate: uma tatuagem para a vida
O La Bombonera acolhe o primeiro Superclássico e o Monumental a decisão. Um duelo pela glória suprema que vai parar a Argentina e que vai colocar o mundo de olhos e ouvidos em Buenos Aires.
Corpo do artigo
A Argentina está paralisada. Por uns dias, os problemas com a segurança, a inflação e o desemprego ficam para segundo plano. A inédita e histórica final da Taça Libertadores entre Boca Juniors e River Plate rouba todas as atenções do país sul-americano, onde estes são os maiores clubes em títulos e adeptos. Todo o mundo futebolístico fala desse confronto, de Buffon até Valverde, passando por Griezmann e Icardi. Eles dão conta das suas preferências e do emocionante que será, mas a horas do primeiro jogo - hoje às 20h00 -, neste lado do mundo vive-se com tensão. Os "hinchas" estão a ponto de desfrutar do máximo momento de glória, insuperável sob qualquer prisma, ou sofrer a pior derrota da história. "Quem perder necessitará de 20 anos para recuperar-se", sentenciou Maurício Macri, o presidente do país e ex-presidente do Boca (12 anos).
A Taça Libertadores será decidida em duas partidas com estádios cheios apenas de adeptos locais. O primeiro embate será no La Bombonera e a segunda mão, dia 24, no Monumental. Apesar da tentativa, com impulso do presidente da nação, para que fosse reservado um espaço para os adeptos visitantes, os clubes acabaram por acertar que tal não sucedesse para terem mais bilhetes para os seus sócios e evitarem incidentes.
No estádio do Boca também não estará Marcelo Gallardo, o técnico multicampeão do River, que torneou a suspensão que cumpria na meia-final ante o Grémio para ir ao balneário da equipa ao intervalo do desafio em Porto Alegre. Por isso, foi novamente punido pela CONMEBOL: quatro jogos sem poder dirigir a sua equipa no banco, com a penalização extra de, no primeiro jogo, nem sequer ter autorização para entrar no estádio.
Assim, cheio de condimentos, se cozinhou esta primeira mão de uma final da qual se falará anos a fio. Apenas duas vezes, em mais de cem anos, Boca e River se cruzaram em finais. A primeira no campeonato nacional de 1976, título que ficou nas mãos do Boca. A vingança chegou em março passado, quando os millonarios triunfaram na Supertaça Argentina e igualaram a história. Somente oito meses depois voltam a encontrar-se para decidir o título mais importante da América. Para um, o Boca, pode ser a sétima Libertadores e para o outro, o River, a quarta. Porém, mais do que isso, estes superclássicos deixarão uma marca indelével para ambos. Uma tatuagem que vão escrever nos livros de história para toda a vida.